ANÁLISE: governador entra em 2012 com dois sérios problemas de gestão política - base aliada e eleição de JP.
Terminando o ano numa situação, perante a opinião pública, não tão desastrosa quanto pintam seus adversários e até alguns aliados, segundo a última pesquisa da Consult e outras de caráter interno, o governador Ricardo Coutinho (PSB) tem dois "problemas" a enfrentar neste próximo ano, na seara da gestão política.O primeiro problema diz respeito à base aliada do governo na Assembleia Legislativa. Desde o início da gestão, embora tenha surpreendido com a coptação de quadros do PMDB e outros partidos, a bancada governista dá sinais de uma frágil maioria, indisciplinada às vezes, pouco confiável na maior parte do tempo. A gestão política, ao que parece, vem sendo extremamente ineficiente para dar tranquilidade ao Palácio da Redenção, num ano particularmente difícil de ajustes e enfrentamento de interesses corporativos. A derrubada banal de vetos do governador em plenário, nos últimos dias, apenas evidencia sinais de uma situação complicada para Ricardo Coutinho, em meio a uma cultura política na qual o Poder Executivo poucas vezes passou por tal constrangimento público.
O outro problema que o Palácio da Redenção está consciente de que deverá enfrentar é do tamanho da segunda maior cidade do Estado e mais importante colégio eleitoral da Paraíba, por suas características decisórias nos processos eleitorais. Campina Grande vem sendo para Ricardo Coutinho o que João Pessoa foi para o ex-governador e atual senador Cássio Cunha Lima (PSDB): um calo.
Com várias ações em andamento e projetando diversos e pesados investimentos nos próximos meses na cidade, Ricardo Coutinho ainda tem em Campina Grande o desafio da conquista. Em todas as pesquisas - inclusive na Consult - é visível a baixa aprovação do governo na cidade. E isso tem seu preço político. Deputada estadual e pré-candidata a prefeita do município, Daniella Ribeiro (PP) tem-se dado bem em sua pré-campanha por justamente assumir bandeira de oposição ao governo na cidade.
Naturalmente, assim como aconteceu com Cássio Cunha Lima, é plenamente possível a Ricardo Coutinho inverter o jogo na cidade. Como ainda tem um pouco mais de três anos à frente do governo, tem o benefício do tempo - desde que bem aplicado, por exemplo, numa mídia bem feita e direcionada na cidade - para melhorar seus índices de aprovação e diminuir os níveis de rejeição em Campina Grande.
Tanto junto à sua base na Assembleia, como perante a opinião pública em Campina Grande e região, a reversão do jogo se apresenta como medidas importantes para a gestão política do Governo Ricardo Coutinho. Superando esses desafios, terá amplas condições de, em 2012, ter mais céu de brigadeiro do que dias de tormento.
A análise é do jornalista e blogueiro Marcos Alfredo
Edinho Trajano.
PBAgora.
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