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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Lavradores do sertão da Paraíba dizem que a vida melhorou

Programas sociais, crédito fácil e obra de represa atingem em cheio trabalhadores de fazendas no interior da Paraíba e definem seu voto


Foto: Keiny Andrade/AE

No sertão da Paraíba, os lavradores que trabalham nas fazendas, em troca de diária, merenda e almoço, são chamados de "moradores", porque suas casas ficam dentro das terras dos patrões. Nas fazendas Riachão e Rio dos Peixes, perto de Uiraúna, 464 km a oeste de João Pessoa, moram nove famílias. As nove tiveram seus barracos de taipa (amarração de paus e enchimento de barro) trocados por casas de alvenaria pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), para evitar doenças como o mal de chagas, transmitido pelo barbeiro. É só um exemplo de como os programas do governo federal têm mudado a vida dos sertanejos - com fortes repercussões sobre seu comportamento eleitoral.

Eles começam a trabalhar às 7 horas, param às 11 para o almoço, descansam, retomam às 13 e vão até as 17 horas. Depois do almoço, à sombra de um juazeiro, cinco moradores que faziam uma cerca na Fazenda Riachão, e que recebem diária de R$ 20, conversaram com o Estado sobre o que acham do governo do presidente Lula e sobre as eleições deste ano.

"Para o pobre, ele é muito bom", começa Geraldo Daniel Duarte, o Geraldo Zé das Dores, de 58 anos. "Hoje, acabou os pobres. Mudou muitas coisas", continua Das Dores, capataz da fazenda, sob o olhar de aprovação dos outros. Eles passam a enumerar os programas federais.

O primeiro que Das Dores cita é o Seguro Safra, que segundo ele lhe pagou um total de R$ 550, em cinco parcelas, como indenização pela perda de sua lavoura com a chuva na hora errada no ano passado. O capataz lembra em seguida o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura (Pronaf), que financia investimentos na produção. Ele já fez três saques do Pronaf, por meio do Banco do Nordeste: comprou uma vaca com os primeiros R$ 1.000 e, depois, dois pares de novilhos, por R$ 1.500 cada. "Quando a crise pega, a gente vende a matriz (vaca) e fica com a cria", descreve. "Tem resultado, não tem prejuízo." Ele pagará R$ 500 este ano e R$ 1.000 em 2011. Das Dores conta que a vida de seu pai, aposentado de 89 anos, também "melhora todo ano", graças aos reajustes do salário mínimo. Seu pai costuma dizer: "Ê, governo bom."

"Aqui agora também tem aquele negócio do teste do pezinho", acrescenta Manuel Valdevino da Costa Neto, o Manuel Sabaió, de 53 anos. Ele diz que sua filha de 17 anos tem um bebê de 7 meses, e está encaminhando os papéis para fazer o teste e receber em troca benefício de R$ 2.000. "Isso aqui nunca teve", sentencia Sabaió.

Bolsa-Família. Dos cinco, dois recebem Bolsa-Família. Damião Rodrigues da Silva, o Galego, de 36 anos, conta que ganha R$ 90. Ele tem um filho de 2 anos, e há três recebe o benefício. "Não foi difícil conseguir", testemunha Galego, que com o auxílio compra gás e paga energia elétrica. "Não tem nada do governo que eu não goste", resume. "O melhor presidente que entrou foi Lula."

 

Marina Silva diz que só falará sobre possível saída do PV na quinta-feira 

 


Ex-senadora Marina Silva (PV) afirmou nesta terça-feira (5), ao desembarcar no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, que comentará sua possível saída do Partido Verde somente na próxima quinta-feira (7), em evento que deverá ocorrer em São Paulo. Questionada pelo G1 sobre rumores de seu desligamento da legenda, a ex-candidata à presidência da República em 2010 disse que não falaria a respeito do assunto naquele momento.

“Não estou falando sobre isso e não falarei aqui. Vou falar somente na quinta-feira e agora estou indo direto ao médico”, disse a ex-senadora, que iria procurar um oftalmologista para verificar um derrame na vista esquerda.

Desde o fim de junho, há rumores de que a ex-senadora e um grupo de aliados deixem o PV devido a brigas internas. A assessoria de imprensa de Marina Silva confirmou que ela estará em um evento na próxima quinta-feira (7), às 14h, na Vila Madalena, na capital paulista e que o evento não seria institucional.

“Talvez, se eu melhorar, eu falo amanhã (nesta quarta-feira)”, mas sem divulgar detalhes de onde isso poderia ocorrer e também sem negar ou confirmar o desligamento no PV.
G1

 

Olívio Dutra: O PT não surgiu nos gabinetes de Executivo e Legislativo 



 
Leia entrevista de Olívio Dutra ao Jornal do Comércio, na semana em que o ex-governador e ex-presidente do PT gaúcho completa 70 anos. Olívio foi aclamado presidente de honra do partido no estado pelo Diretório Estadual. Aqui ele fala de PT, governos Tarso e Dilma e de sua trajetória política, relatando episódios de sua formação no sindicato, na Igreja e no movimento estudantil.
Jornal do Comércio - Como o senhor avalia o surgimento do PT e o partido hoje?
Olívio Dutra - No final da década de 1970 foi surgindo a ideia de um partido ligado ao movimento sindical. Não só da classe operária, mas da classe trabalhadora. Também como uma crítica aos partidos tradicionais. Essa foi a ideia do Partido dos Trabalhadores. Por isso digo hoje: o PT não é um partido que surgiu de cima para baixo, dentro de gabinetes do Legislativo e do Executivo. O PT veio de baixo para cima, é um partido que surgiu de uma parte considerável dos movimentos sociais, na luta contra a ditadura militar, na luta por condições de vida digna para a população trabalhadora e uma partilha justa das riquezas do País. O PT não pode, de repente, passar a ser um partido da acomodação, da conciliação permanente, que aceita o jogo político do toma lá, dá cá.
JC - Mas chegou ao poder...
Olívio - O PT foi conquistando espaços na institucionalidade - o que é importante, pleiteamos a democracia. Mas não meramente a democracia formal; tem que estar enraizada na prática, para qualificar a vida das pessoas. O PT não pode ser um partido, digamos, que perca a sua rebeldia.
 
JC - E é possível isso estando nos governos?
Olívio - É essa a questão. Por isso, o PT tem que ter instâncias que possibilitem um debate constante sobre as consequências de um partido que surge não dos gabinetes, de repente, ter que estar ocupando os gabinetes legislativos e executivos. É preciso discutir no que isso resulta.
JC - Em que aspecto?
Olívio - O governo do presidente Lula (PT), nos seus dois mandatos, e agora o governo da presidente Dilma, o Tarso aqui no Rio Grande do Sul, isso representa uma nova conjuntura, que se abriu por conta da conquista popular, democrática. Mas o Estado brasileiro ainda está com a sua formatação, que o faz funcionar muito bem para poucos. Ou não funcionar para muitos. Então, apesar de tudo o que pôde ser feito no governo Lula, nos nossos governos aqui no Rio Grande - me orgulho de ter sido governador -, ainda assim tem estruturas que não foram mexidas.
 
JC - Quais?
Olívio - O fato de Lula ter incluído milhões de brasileiros em uma renda melhor, condições de vida, salário e educação melhores, ter tido uma relação política aberta, uma política externa soberana, sem arrogância, mas afirmativa... Tudo isso são conquistas que não podemos perder. Mas isso é pouco diante de uma realidade que coloca, por exemplo, 16 milhões de brasileiros vivendo com uma renda diária de R$ 2,30. Eu voltei à universidade e pego dois ônibus para ir e dois para voltar da Ufrgs. Isso dá um gasto de R$ 10,80. Então, imagina uma pessoa sustentar a sua família com R$ 2,30? E são 16 milhões de brasileiros nessa situação. O governo deve trabalhar para a maioria da população. Tem um domínio aristocrático que controla a máquina brasileira há 510 anos. Em qualquer mandato que o PT exercer tem que estar a semente da transformação, e não da acomodação. Essa é a grande questão para o nosso partido.
 
JC - Qual é a sua avaliação dos governos Dilma e Tarso?
Olívio - São governos que tocam adiante um esforço. O governador Tarso está indo bem. Dilma também. Mas tem a conjuntura... Precisamos de reformas como a agrária, que não se conseguiu fazer avançar. E o acesso à terra, de forma democratizada, é fundamental para o desenvolvimento econômico e social do País. Precisamos da reforma político-partidária, em que partidos tenham posições ideológicas claras e que não sejam balcões de negócio. E o Estado brasileiro não é propriedade do governante, deste ou daquele partido que está exercendo o poder. Nem de grupos econômicos poderosos. O Estado tem que ser democratizado e estar sob controle público.
 
JC - A conjuntura atual é mais favorável a isso?
Olívio - Bem mais favorável. Até porque o discurso do Estado mínimo, dos neoliberais, está desgastado por conta da crise financeira internacional. Os países do capitalismo central tiveram que recorrer ao socorro do Estado. E é a sociedade que tem que controlar o Estado e não o contrário. Um partido sério, quando exerce governos ou mandatos, deve buscar avançar nisso. O PT é o maior partido do campo democrático-popular, a esquerda brasileira, mas não o único. Há partidos de origem mais antiga e também franjas em outros partidos de centro-esquerda, que não são cabresteadas pelos figurões dessas legendas. Então, há a possibilidade de uma discussão qualificada de como esse campo pode se alternar em cabeças de chapa para disputas locais.
 
JC - Isso vale para 2012?
Olívio - Sou a favor da alternância, para esse campo formar - através da boa discussão em cima de temas como o papel do Estado - o desenvolvimento, a ideia de que a política é a construção do bem comum através do protagonismo das pessoas, que devem ser sujeito e não objeto da política. São ideias fundamentais para a gente encarar as próximas eleições.
 
JC - Tarso formou uma boa base (PT, PSB, PCdoB, PDT, PTB, PRB e PR). Essa coalizão é o principal mérito do governador?
Olívio - Acho que isso não é mérito pessoal, é uma conjuntura que vai desabrochando. E tem riscos. O governo Lula, com sua composição, não conseguiu fazer a reforma política nem a tributária, nem a reforma agrária nem a urbana. Um governo de composição ampla acaba não podendo fazer e empurra adiante. Tem um conforto, mas ao mesmo tempo engessa. É uma contradição permanente. A questão da governabilidade tem também coisas que não se pode fazer. Mas não se pode conformar com o pragmatismo político...
JC - A propósito de ideais na política, como foi seu início?
Olívio - Meu pai, carpinteiro, criou cinco filhos. Então, a consciência de que existe uma realidade a ser transformada vem de muito tempo. Jovem, militei na Igreja Católica. Tinha uns 15, 16 anos. A gente discutia a questão da desigualdade, da solidariedade, da caridade, do trabalho voluntário. Daí, vim a Porto Alegre com 18 anos incompletos, consegui vaga para trabalhar, mas faltou a carteira de reservista. Então, tive que voltar a São Luiz Gonzaga. E prestei lá o serviço militar.
 
JC - Teve atuação no movimento estudantil?
Olívio - Cheguei a ser presidente da União Saoluizense de Estudantes. Era uma entidade em que estudantes de famílias abonadas promoviam festas, bailes... Montamos uma chapa para discutir a ausência de escola pública depois do Ginásio. Ganhamos a eleição. Tinha 16 ou 17 anos. Na Igreja, havia uma campanha nacional por educandários gratuitos. E fiz parte do movimento em São Luiz Gonzaga, por uma escola pública de 2º Grau (Ensino Médio).
JC - E a vida sindical?
Olívio - Em 1961, fiz concurso para o Banrisul. Tinha 19 jovens disputando a vaga de contínuo... Entrei, fiquei três anos na função e fiz concurso interno para ser escriturário. Participei da minha primeira greve em 1962. Não tinha sindicato em São Luiz Gonzaga, mas foram até lá. Como fazia o trabalho de rua, fiquei encarregado de reunir o povo na Casa Rural. E se decidiu que os bancários de São Luiz Gonzaga entrariam em greve. Era uma luta salarial. Mas no segundo dia a greve acabou. E fiquei me perguntando: para entrar em greve teve reunião. Agora, para sair, ninguém nos consultou.
 
JC - E como o senhor veio para Porto Alegre?
Olívio - Eu continuava no movimento para ter aquela escola. Mas o clima político estava se fechando por conta da ditadura. O prefeito era primo do Jango, mas militava na Arena. E, uma vez que a escola fosse instalada, nós, os jovens, queríamos que a direção fosse eleita. Tive a petulância de escrever essas coisas no jornal. O prefeito não gostou e toda a estrutura de poder local funcionou para que eu fosse transferido ou perdesse o emprego. Mas eu era funcionário concursado do banco. Então, fui transferido para Porto Alegre.
JC - Por querer eleições...
Olívio - Meus pais eram eleitores do PTB, tinham retrato do Getúlio. Mas um tio, irmão da minha mãe, dizia: “Olha, tem muito rico no PTB também. Temos que pensar com a nossa cabeça para não ser massa de manobra.” Esse tio, Pedro Beis, em 1954 - Getúlio em crise, iria se suicidar em seguida - foi pego numa madrugada colando cartazes com críticas que só quem fazia era o Partidão (Partido Comunista Brasileiro). E foi preso. Aí, nos revezamos mandando uma viandinha para o tio Pedro na cadeia. Eu tinha 13 anos, fui em várias ocasiões. Até que ele foi solto graças a um advogado do Partidão. Com a pecha de comunista numa cidadezinha, meu tio veio a Porto Alegre.
JC - Também a contragosto.
Olívio - Conto essa história porque em 1979 fui preso na nossa greve dos bancários, fiquei 14 dias na Polícia Federal. E um dia chegou uma visita: Pedro Beis. Fazia muito tempo que eu não via o tio Pedro. Cheguei na salinha e lá estava ele com uma carteirinha de cigarro. E disse: “Olha, meu sobrinho, vim aqui retribuir porque, quando eu estive preso 25 anos atrás, tu me levavas uma viandinha lá na cadeia.” E eu: “Muito obrigado, tio Pedro. O caso é que eu não fumo. Mas fico muito grato pelo gesto”.
 
JC - E o seu ingresso no Sindicato dos Bancários?
Olívio - Cheguei em 1970, me colocaram na agência mais periférica de Porto Alegre na avenida Francisco Trein com a Assis Brasil. E logo me filiei ao sindicato. Era temerário, tinha dois bancários presos pelo regime. Fizemos reuniões e um texto que denunciava a situação. Ninguém assinou, claro. Queríamos que a categoria soubesse...
JC - Foi uma iniciativa sua?
Olívio - Não. Isso foi o pessoal ligado às áreas de base da Igreja, de movimentos para proteger as pessoas perseguidas. Fizemos o texto e mandamos para todas as agências de banco. Lembro da chegada desse envelope na agência onde eu estava. O gerente me chamou. “Tem um problema aí com uns bancários. Tu és o cara que vai no sindicato, traz as informações” - o sindicato tinha um departamento odontológico e eu divulgava o serviço. “Então, Olívio, acho meio perigoso isso aí. Mas dá um jeito.” Bom, entreguei aos colegas. A informação circulou. Até que um dia chegou lá na agência o presidente do sindicato. E começou a me explicar a situação daqueles dois bancários. O sindicato tinha colocado advogado, mas os órgãos de repressão estavam em cima.
 
JC - E o ingresso na direção?
Olívio - Outra vez o presidente veio à agência. “Tu tem ido nas assembleias e estão esvaziadas.” E me propôs que eu fosse para a executiva. Mas eu tinha feito vestibular para a Ufrgs. “Não quero dar o meu nome e depois não poder dar conta das reivindicações.” Aí, fiquei na quarta suplência. Quase no final desse mandato, quatro diretores deixaram de ser bancários. E fui convocado em 1974. Na divulgação, começamos a trabalhar com o pessoal da Coojornal; Santiago e Edgar Vasquez faziam charges. E a luta por liberdade e autonomia sindical nos possibilitou a relação com outras categorias. Em 1975, teve eleições e fui colocado na cabeça da chapa. Conheci o Lula nessa época. Fui reeleito no sindicato em 1978, e depois, cassado em 1979, na nossa greve dos bancários, a primeira grande greve de uma categoria do Rio Grande.
 

Após denúncias, Alfredo Nascimento deixa Ministério dos Transportes



O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR-AM), deixou o cargo nesta quarta-feira (6), após denúncias sobre um suposto esquema de superfaturamento em obras envolvendo servidores da pasta. A crise se agravou após suspeitas de enriquecimento ilícito do filho do ministro.

Em nota oficial divulgada por volta das 16h40 pelo ministério, Alfredo Nascimento diz que "decidiu deixar o governo" e que enviou "há pouco à presidenta Dilma Rousseff seu pedido de demissão em caráter irrevogável".

Veja a íntegra da nota:
"ESCLARECIMENTO
Brasília, 6 de julho de 2011.

O Ministro de Estado dos Transportes, senador Alfredo Nascimento, decidiu deixar o governo. Há pouco, ele encaminhou à presidenta Dilma Rousseff seu pedido de demissão em caráter irrevogável.

Com a determinação de colaborar espontaneamente para o esclarecimento cabal das suspeitas levantadas em torno da atuação do Ministério dos Transportes, Alfredo Nascimento também decidiu encaminhar requerimento à Procuradoria-Geral da República pedindo a abertura de investigação e autorizando a quebra dos seus sigilos bancário e fiscal. O senador está à disposição da PGR para prestar a colaboração que for necessária à elucidação dos fatos.

Alfredo Nascimento reassumirá sua cadeira no Senado Federal e a presidência nacional do Partido da República (PR) coloca-se à disposição de seus pares para participar ativa e pessoalmente de quaisquer procedimentos investigativos que venham a ser deflagrados naquela Casa para elucidar os fatos em tela."

No fim de semana, reportagem de "Veja" relatou que representantes do PR, partido ao qual pertence o ministro Alfredo Nascimento e a maior parte da cúpula do ministério, funcionários da pasta e de órgãos vinculados teriam montado um esquema de superfaturamento e recebimento de propina por meio de empreiteiras.

Nesta quarta, o jornal "O Globo" apontou suposto enriquecimento ilícito de Gustavo Morais Pereira, arquiteto de 27 anos, filho do ministro Alfredo Nascimento. Segundo reportagem do jornal, dois anos após ser criada com um capital social de R$ 60 mil, a Forma Construções, uma das empresas de Gustavo, amealhou um patrimônio de mais de R$ 50 milhões, um crescimento de 86.500%. O Ministério Público Federal do Amazonas investiga elo entre a empresa de Gustavo e empresa que recebeu verba do ministério.
As providências adotadas pelo ministro por conta das denúncias foram o afastamento da cúpula da pasta e a suspensão por 30 dias de todas licitações dos órgãos envolvidos nas supostas irregularidades. Em relação às denúncias sobre o filho, Nascimento negou ter conhecimento de irregularidades.
A presidente Dilma Rousseff ainda não tinha se pronunciado oficialmente sobre as denúncias.
Nesta terça e quarta, parlamentares da Câmara e do Senado chegaram a aprovar requerimentos para que o ministro fosse ao Congresso dar explicações sobre as denúncias. Os requerimentos foram propostos pelos próprios deputados do PR como estratégia para mostrar que Alfredo Nascimento estava disposto a dar sua versão sobre as acusações.

Por meio de nota, logo após as primeiras denúncias, o ministro chegou a negar “conivência” com o esquema de corrupção na pasta e pediu abertura de uma comissão de sindicância para apurar os fatos, mas as explicações não convenceram a presidente Dilma Rousseff, que decidiu tirá-lo do cargo.

Com a saída, Nascimento volta ao Congresso para exercer o mandato de senador pelo Amazonas, atualmente ocupado pelo suplente João Pedro, do PT.

Nascimento é o segundo ministro a deixar o governo de Dilma Rousseff após denúncias. No mês passado, Antonio Palocci deixou a Casa Civil após não conseguir explicar a multiplicação em 20 vezes de seu patrimônio em quatro anos, revelado pelo jornal "Folha de S.Paulo".

Afastamento da cúpula

Antes da saída de Nascimento, a presidente determinou o afastamento temporário de servidores da pasta assim que a revista divulgou as irregularidades. Foram afastados: Mauro Barbosa da Silva, chefe de Gabinete do ministro; Luís Tito Bonvini, assessor do Gabinete do ministro; Luiz Antônio Pagot, diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit); e José Francisco das Neves, diretor-presidente da Valec.

No domingo (2), Nascimento negou, por meio de nota, que tenha sido "conivente" com supostas irregularidades ocorridas no ministério. Na segunda-feira (4), a presidente divulgou uma nota afirmando ter "confiança" no ministro. A presidente disse ainda que caberia a Nascimento apurar as denúncias de irregularidades na pasta.
"O governo manifesta sua confiança no ministro Alfredo Nascimento. O ministro é responsável pela condução do processo de apuração das denúncias contra o Ministério dos Transportes", dizia a nota.

Apesar do gesto, Nascimento não conseguiu manter-se no cargo, que ocupou por pouco mais de seis meses no governo Dilma. Ele já havia comandado o Ministério dos Transportes na maior parte dos dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com licenças temporárias para concorrer a cargos em 2006 e 2010.

Em 2004, ele renunciou à prefeitura de Manaus para assumir o Ministério dos Transportes. Em 2006, elegeu-se senador pelo Amazonas, mas licenciou-se do cargo para voltar ao ministério. Em março de 2010, Nascimento deixou novamente a pasta, desta vez para concorrer ao governo do Amazonas. Perdeu a eleição para Omar Aziz (PMN).

globo.com

Após crises com categorias, Lindolfo assume secretaria pregando diálogo





Em entrevista ao Bom Dia Paraíba, nesta quarta-feira (6), o novo secretário-chefe de Governo, Lindolfo Pires (DEM), falou sobre os motivos de ter deixado o posto de líder da bancada governista para assumir uma das principais pastas da administração estadual. Ele explicou que a mudança tem o objetivo central de mudar o perfil da Secretaria de Governo, que passa a ter um caráter mais político. O deputado garantiu ainda que sua principal meta é buscar o diálogo com entidades representativas para evitar que aconteçam greves, como no primeiro semestre.

“O grande mote de nossa passagem pela secretaria será a exaustão do dialogo. Nós iremos procurar dialogar com todas as classes, independente de manifestação política, para que possamos sempre chegar a um bom entendimento”, disse o novo secretário. Lindolfo inclusive também se mostrou disposto a negociar com os funcionários da Cagepa, que estão em greve desde o início da semana. “Tenho certeza que nesse caso da Cagepa não será diferente, vamos buscar conversar até porque são funcionários concursados”, completou.

Lindolfo negou que sua saída da Assembleia foi motivada pelo fato de ele não ter uma boa relação com o deputado Ricardo Marcelo (PSDB), presidente do legislativo. No início do ano, Lindolfo quis disputar a presidência da mesa diretora da Casa de Epitácio Pessoa, mas por falta de apoio desistiu da ideia e o tucano foi eleito. Informações de bastidores que desde essa época a relação dois dois não era nada amistosa.

“A gente não costuma ficar olhando para trás, esse é um capítulo da história que já se encerrou há muito tempo para mim. Até porque foi uma eleição que eu não disputei”, afirmou Lindolfo.

O novo secretário também comentou o fato de alguns deputados governistas terem feito queixas públicas sobre a demora de nomeações no Governo do Estado de pessoas indicadas por eles. “É natural que aconteça alguma demora nas nomeações, mas nada que não possa ser corrigido é o que nós vamos fazer na chefia de Governo, verificar essas pendencias e dentro da medida do possível tentar corrigi-las”, disse.

Edinho Trajano e Assessoria.

 

Deputados reforçam pedido de investigação sobre grampo na AL

Durante a sessão ordinária de hoje, deputados estaduais de diferentes partidos prestaram solidariedade ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ricardo Marcelo (PSDB), e reforçaram a necessidade da investigação completa sobre as conclusões do laudo pericial da Polícia Federal que constatou que um microfone foi colocado ilegalmente sob uma mesa no gabinete da Presidência.

O deputado estadual Trócolli Júnior (PMDB) considerou como "gravíssima" a constatação do laudo pericial do Departamento Estadual da Polícia Federal e disse que só a existência do grampo no gabinete da Presidência expõe uma situação atípica vivida pelo Legislativo. "É preciso cautela nesse momento, mas não podemos nos afastar um milímetro da responsabilidade de apurar em detalhes esse caso", disse.

Para ele, o Poder Legislativo deve dar uma demonstração de unidade, como o apoio público à gestão de Ricardo Marcelo e também com o reconhecimento de sua atuação nesse caso específico. "Sem alardes, ele determinou uma varredura eletrônica no prédio da Assembleia e, ao descobrir o microfone, suspeitou do grampo e convocou a perícia da Polícia Federal. Os peritos comprovaram que o equipamento é próprio para uso em espionagem. Esses fatos merecem uma extensa e detalhada investigação", afirmou.

Outros parlamentares das bancadas de situação e oposição pediram a apuração imediata do caso e a punição dos envolvidos.

O deputado Raniery Paulino (PMDB) afirmou que vai sugerir a realização de uma varredura geral da Casa e que as investigações para a apuração sejam feitas com o máximo rigor. “O Poder Legislativo não tem nada a esconder, mas ser vigiado às escondidas é crime. O direito à privacidade está previsto na Constituição e os responsáveis devem sofrer as penalidades cabíveis”, declarou Raniery.

O líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado Lindolfo Pires (DEM) lamentou o ocorrido e disse que vai oficializar o pedido de verificação em toda a estrutura da sede do Poder Legislativo Estadual. “Não podemos aceitar algo dessa natureza na Casa do Povo”, destacou.

O deputado André Gadelha (PMDB) observou que não medirá esforços em ajudar para que sejam descobertos os responsáveis em colocar o aparelho irregular de escuta no gabinete da Presidência da ALPB. “O presidente Ricardo Marcelo tem conduzido o Poder Legislativo com muita altivez e competência, por isso presto aqui minha solidariedade a ele pelo episódio lamentável”, observou. O deputado afirmou que aguardará o laudo e também pedirá a varredura do seu gabinete além de solicitar a troca da linha telefônica do local.
 
Governador promete contratar prestadores de serviço do Trauma

O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), disse hoje que sua gestão vai investir em melhorias para a saúde do estado e para isso vai exigir metas dos profissionais que trabalham no Hospital de Emergência e Trauma. Segundo ele, os atendimentos passarão de 4.600 mensais para 9 mil com a implantação da gestão pactuada com a Cruz Vermelha. 

- Nós estamos correndo muito para recuperar o tempo perdido, nossa função é reorganizar redes, reestruturar os espaços físicos, até dezembro nós ou começamos ou entregamos cinco hospitais na Paraíba. Agora, estamos cuidando da qualificação do atendimento e da melhoria dos serviços. Tenho consciência de que o modelo que temos hoje é um saco sem fundo. Gasta-se muito e atende-se pouco. Nós temos um alto índice de pessoas nos hospitais, temos algumas taxas difíceis que é preciso melhorar. Vamos fazer um sistema de pactuação através das metas para o Trauma. É uma experiência importante, vamos dar ao Trauma uma série de metas. Queremos aumentar em 35% o número de cirurgias. Vamos aumentar de 4.600 atendimentos mensais para 9 mil. Vamos ampliar o cuidado com as pessoas e diminuir os custos.

Ricardo também falou em ampliação do corpo de funcionários e de contratações dos prestadores de serviços.

- Vamos regularizar os prestadores de serviços. Os que são prestadores serão ao longo do tempo contratados no regime de CLT, e ao mesmo tempo, as cooperativas terão os seus contratos respeitados. Da parte do governo temos a pretensão de preservar os contratos já existentes. Estamos querendo qualificar o atendimento através da Cruz Vermelha, uma instituição sem fins lucrativos que já trabalha em alguns hospitais.