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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Lavradores do sertão da Paraíba dizem que a vida melhorou

Programas sociais, crédito fácil e obra de represa atingem em cheio trabalhadores de fazendas no interior da Paraíba e definem seu voto


Foto: Keiny Andrade/AE

No sertão da Paraíba, os lavradores que trabalham nas fazendas, em troca de diária, merenda e almoço, são chamados de "moradores", porque suas casas ficam dentro das terras dos patrões. Nas fazendas Riachão e Rio dos Peixes, perto de Uiraúna, 464 km a oeste de João Pessoa, moram nove famílias. As nove tiveram seus barracos de taipa (amarração de paus e enchimento de barro) trocados por casas de alvenaria pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), para evitar doenças como o mal de chagas, transmitido pelo barbeiro. É só um exemplo de como os programas do governo federal têm mudado a vida dos sertanejos - com fortes repercussões sobre seu comportamento eleitoral.

Eles começam a trabalhar às 7 horas, param às 11 para o almoço, descansam, retomam às 13 e vão até as 17 horas. Depois do almoço, à sombra de um juazeiro, cinco moradores que faziam uma cerca na Fazenda Riachão, e que recebem diária de R$ 20, conversaram com o Estado sobre o que acham do governo do presidente Lula e sobre as eleições deste ano.

"Para o pobre, ele é muito bom", começa Geraldo Daniel Duarte, o Geraldo Zé das Dores, de 58 anos. "Hoje, acabou os pobres. Mudou muitas coisas", continua Das Dores, capataz da fazenda, sob o olhar de aprovação dos outros. Eles passam a enumerar os programas federais.

O primeiro que Das Dores cita é o Seguro Safra, que segundo ele lhe pagou um total de R$ 550, em cinco parcelas, como indenização pela perda de sua lavoura com a chuva na hora errada no ano passado. O capataz lembra em seguida o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura (Pronaf), que financia investimentos na produção. Ele já fez três saques do Pronaf, por meio do Banco do Nordeste: comprou uma vaca com os primeiros R$ 1.000 e, depois, dois pares de novilhos, por R$ 1.500 cada. "Quando a crise pega, a gente vende a matriz (vaca) e fica com a cria", descreve. "Tem resultado, não tem prejuízo." Ele pagará R$ 500 este ano e R$ 1.000 em 2011. Das Dores conta que a vida de seu pai, aposentado de 89 anos, também "melhora todo ano", graças aos reajustes do salário mínimo. Seu pai costuma dizer: "Ê, governo bom."

"Aqui agora também tem aquele negócio do teste do pezinho", acrescenta Manuel Valdevino da Costa Neto, o Manuel Sabaió, de 53 anos. Ele diz que sua filha de 17 anos tem um bebê de 7 meses, e está encaminhando os papéis para fazer o teste e receber em troca benefício de R$ 2.000. "Isso aqui nunca teve", sentencia Sabaió.

Bolsa-Família. Dos cinco, dois recebem Bolsa-Família. Damião Rodrigues da Silva, o Galego, de 36 anos, conta que ganha R$ 90. Ele tem um filho de 2 anos, e há três recebe o benefício. "Não foi difícil conseguir", testemunha Galego, que com o auxílio compra gás e paga energia elétrica. "Não tem nada do governo que eu não goste", resume. "O melhor presidente que entrou foi Lula."

 

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