O senador Flexa Ribeiro (PA), vice-presidente do PSDB, defendeu que o partido escolha, o quanto antes, o seu pré-candidato à Presidência para evitar o que ocorreu nas últimas eleições, em que o PT lançou a pré-candidatura de Dilma Rousseff com mais de dois anos de antecedência. A polêmica foi lançada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), que se declarou "pronto" para concorrer à sucessão presidencial. No entanto, o ex-governador José Serra retrucou no Twitter que "2014 está longe".
"Temos que, internamente, definir a candidatura para 2014 o mais rápido possível, para não cometermos a falha de 2010, de ficarmos postergando o nome, enquanto o adversário ganha vantagem sobre nós", advertiu o senador. Ele lembrou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou a investir na candidatura de Dilma no início de 2008, quando chamou-a de "mãe do PAC", programa que tentava emplacar como carro-chefe de seu segundo mandato.
Mas Flexa não acha que Aécio antecipou o nome para 2014 ao se colocar à disposição do partido para enfrentar o candidato do PT nas próximas eleições presidenciais, até porque citou outros presidenciáveis do partido como os governadores Geraldo Alckmin, Marconi Perillo (GO) e Beto Rixa (PR). "Aécio tenta ocupar um espaço que temos que buscar, Serra tem que fazer da mesma forma", analisou. Ao mesmo tempo, o senador concorda com Serra sobre a importância das eleições municipais como uma etapa a ser cumprida antes da corrida presidencial.
Em tom conciliador, o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), disse que não há contradição nas declarações de Serra e Aécio. "O partido não está disposto a discutir a sucessão agora, mas o fato de ter vários nomes (de presidenciáveis) só ajuda a oposição", concluiu. Em seu Twitter, José Serra criticou a antecipação do debate, dizendo que "colocar o carro na frente dos bois só atrapalha e desorganiza a oposição".
O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), também não vê dissonância entre Aécio e Serra. "Quero crer que eles pensam igual, têm a mesma visão estratégica de tempo, de não antecipar a definição de nomes antes de concluir o processo eleitoral de 2012", afirmou. O paulista acha que Aécio colocou-se como pré-candidato para assumir a linha de frente do enfrentamento político com o governo, uma lacuna que a oposição precisava preencher. "É preciso gerar uma expectativa de poder."
Edinho Trajano, com
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