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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Juízes e delegados da Paraíba são ameaçados de morte desde o início da operação ‘Laços de Sangue’

Autoridades policiais e do Poder Judiciário da Paraíba estão recebendo ameaças de morte desde o início da operação ‘Laços de Sangue’, que já prendeu 17 acusados de ‘pistolagem’ no Sertão do Estado desde o mês de setembro.

O problema veio à tona após o atentado sofrido pelo diretor do Presídio Regional de Patos, Estênio Dantas, na noite da última quarta-feira. Dois delegados da Polícia Civil e dois juízes nas cidades de Patos e Catolé do Rocha também estão sendo jurados de morte.

A tentativa de homicídio ao diretor da penitenciária foi por volta das 20h, em uma estrada de terra que dá acesso ao Presídio Regional Romero Nóbrega, no bairro Jardim Magdônia. O diretor estava seguindo de carro para a penitenciária quando foi surpreendido por dois homens encapuzados e armados com pistolas, que começaram a atirar. A dupla fechou a passagem, atravessando uma moto na pista, e após os disparos fugiu em direção ao distrito de Santa Gertrudes.

Ao todo, onze tiros de pistola calibre 380 atingiram o veículo usado pelo diretor, um Golf de cor preta e placas NPS 1845/PB. A maioria dos disparos atingiu o para-brisa e o banco do motorista, mas mesmo assim, o diretor que vinha sozinho no carro conseguiu escapar.

“Estava passando devagar porque a estrada é ruim e fui surpreendido pelos dois que já estavam esperando e começaram a atirar. Abaixei e consegui sair pelo vidro do passageiro e me esconder no mato”, contou Estênio Dantas. Ele também estava armado, mas não teve tempo de reagir.

No fim da tarde de ontem, policiais rodoviários federais prenderam na BR-230, próximo à cidade de Pombal, dois homens suspeitos de terem envolvimento no atentado praticado contra Estênio Dantas. Segundo a polícia, a dupla seguia em um veículo de transporte alternativo com destino ao município de Catolé do Rocha. Os nomes dos acusados estão sendo preservados, mas um deles tem 17 anos e o outro, com 19 anos, é ex-presidiário da cidade de Sapé.

Além do diretor do presídio de Patos, também receberam ameaças os delegados Cristiano Jacques e André Rabelo, que respondem pelas delegacias regionais de Patos e Catolé do Rocha, respectivamente. Eles coordenam as investigações que culminaram com a Operação Laços de Sangue’, deflagrada em 27 de setembro, sobre os assassinatos relacionados à disputa entre as famílias Oliveira, Veras e Suassuna. A suspeita é de que as 95 mortes estejam relacionadas com a briga familiar no Sertão, que também tem relações com o tráfico de drogas e contrabando.

De acordo com a polícia, os dois juízes que expediram os mandados de prisão contra os 18 acusados de envolvimento na disputa familiar também estão sendo ameaçados. Os nomes dos magistrados estão sendo mantidos em sigilo pela polícia por questões de segurança.

“O crime está organizado e as autoridades constituídas que trabalham com a repressão têm de ficar alerta, mas nem a Justiça, nem o Ministério Público e nem a polícia vão se intimidar. A repressão vai continuar”, avaliou o delegado Edson Pedrosa, que registrou a ocorrência do atentado ao diretor Estênio Dantas. Os delegados e juízes citados preferiram não comentar as ameaças.



Edinho Trajano, com JP

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