Paulo Renato, um dos maiores homens públicos do Brasil.
“Foi-se Paulo Renato, meu querido amigo, um dos maiores homens públicos do Brasil. Foi um grande secretário e um grande ministro da Educação”. É o que diz, em mensagem pelo Twitter, o ex-presidenciável José Serra.
Não é exagero de Serra chamá-lo de “um dos maiores homens públicos do Brasil”.
Paulo Renato, falecido em consquência de um enfarte fulminante num hotel de São Roque (SP) em que passava o feriado, teve uma trajetória riquíssima.
Economista brilhante, com atuação em organismos internacionais, reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), um dos ministros da Educação mais longevos da história da República, duas vezes secretário da Educação no Estado de São Paulo, deputado federal de grande votação, foi ele o introdutor no Brasil de algo sem o qual a educação, ainda extremamente carente entre nós, não sai do lugar: a ideia de avaliação de resultados. Criou o Provão e o Enem, para ficar em dois casos.
E, sem ele, não existiria o Bolsa Educação instituído no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), precursor do Bolsa Família de Lula e Dilma.
Foi um dos principais idealizadores da emenda constitucional que, em 1996, instituiu o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef). O fundo, reunindo uma série de parcelas de impostos direcionados fundamentalmente ao ensino da 1ª à 8ª série escolar — onde a educação no Brasil é mais catastrófica, e sua necessidade de melhorar mais dramática –, pôde melhorar os salários dos professores, instituir treinamento sistemático e permitir um avanço nesse setor.
O lulalato resolveu ampliar o Fundef para todo o ensino médio, pulverizando recursos que deveriam continuar concentrados onde estavam, e onde produziriam resultados melhores.
Combatido ferozmente por setores do lulo-petismo, a começar por certos sindicatos de professores, o trabalho de Paulo Renato ainda será reconhecido como deve. Menos mal que a presidente Dilma tenha expedido nota lamentando sua partida, em mais um gesto de elegância e civilidade para com os adversários políticos.
Edinho Trajano com, Veja.
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