A média diária de homicídios até o sábado passado na Região Metropolitana de Salvador, de 15, foi mais que o dobro que a registrada nas semanas anteriores à paralisação na Polícia Militar, de 6,7 a cada 24 horas
Balanço preliminar da Secretaria de Segurança Pública da Bahia aponta que, no período da greve da Polícia Militar no Estado, entre a noite de 31 de janeiro e a noite de sábado passado, ocorreram 180 homicídios na Região Metropolitana de Salvador: 111 na capital e 69 nos demais municípios.
A média diária de assassinatos na região, de 15, foi mais que o dobro da registrada nas semanas anteriores à paralisação, de 6,7 a cada 24 horas, e levou o mês a ser o fevereiro mais violento já registrado na região, apesar de o mês ainda estar chegando à metade. O maior índice para o mês inteiro, registrando anteriormente, havia sido em 2010, com 172 assassinatos.
Domingo, primeiro dia após o fim da paralisação, foram registrados mais três crimes de morte na região, dos quais um na capital. De acordo com dados do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), há fortes indícios de execução em 45 dos 180 casos. Entre eles, existe a suspeita de participação de policiais ou ex-PMs em de 25 a 30 assassinatos no período, segundo o diretor do órgão, delegado Arthur Gallas. Os 15 ou 20 restantes são atribuídos a disputas entre traficantes de drogas e cobranças de dívidas do tráfico.
De acordo com Gallas, há vários PMs suspeitos de envolvimentos nos crimes, mas há dificuldades nas investigações. Entre outros motivos, pela pouca colaboração dada por próprios integrantes da PM. “As corporações têm conhecimento de muitos dos casos, mas eles são abafados, pela própria cultura dos militares”, avalia.
Possíveis ligações entre os PMs suspeitos de participar das mortes e o comando grevista também estão sendo investigados. “Ainda não temos elementos para atribuir os homicídios ao comando da greve, mas há fortes indícios, em alguns casos, da intenção de causar comoção na sociedade para pressionar o governo”, afirmou o Secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa.
“O que notamos foi um crescimento dos índices de criminalidade dentro da proporcionalidade (territorial) que era observada antes da greve”, disse (das agências de notícias)
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ENTENDA A NOTÍCIA
Os crimes suspeitos de envolver policiais são característicos de grupos que fazem segurança clandestina em áreas populares, a pedido de comerciantes. As vítimas são em geral jovens, negras, usuárias de drogas, sem residência fixa, com histórico de furtos e roubos.
Edinho Trajano, com informações JH, Agências.
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