Quase um ano depois de assumir seu mandato, Tiririca (PR-SP), o deputado federal mais votado do país, comandou audiência pública na Câmara dos Deputados sobre a questão do circo. Pela primeira vez, ele discursou dentro da Casa, no qual fez breve relato sobre sua trajetória profissional no circo. Na fala, Tiririca desabafou: disse que pensou em desistir de ser parlamentar, que sofreu preconceitos, mas que “agora dá um baile dentro da Câmara”. O primeiro discurso como deputado aconteceu em novembro, quando Tiririca presidiu audiência pública, em São Paulo, também sobre o circo.
Ontem, o deputado aproveitou para criticar os trabalhos do Congresso: “eu sei o que um deputado faz. Trabalha muito e produz pouco, pois o regime aqui da Casa é muito engessado”. Apesar de comandar durante quase três horas o debate na Comissão de Educação e Cultura, Tiririca quase não precisou fazer leitura. Ele leu apenas os nomes e cargos dos convidados. Ao final, um secretário da comissão soprou em seu ouvido o que deveria ser dito para encerrar oficialmente os trabalhos.
Normalmente, os deputados precisam ler um ato de convocação para o próximo encontro da comissão. Durante a condução dos trabalhos da sessão, o deputado fez várias piadas e foi elogiado diversas vezes por seus colegas e por profissionais circenses. Depois, durante entrevista coletiva, disse que estava “se sentindo o astro dos astros” ao ser chamado de presidente por outros parlamentares. “Eu não deixei de ser palhaço de circo, de ser quem eu sou. Os primeiros meses foram difíceis. Eu não sabia como os colegas iam me receber, mas foi muito bem. O sistema é enrolado, mas é legal”, afirmou.
Tiririca também foi questionado sobre a proposta que defende para facilitar o ingresso de crianças do circo em escolas, mas não soube dar detalhes do projeto. “Minha mãe tinha condições e contratou uma pessoa para viajar com a gente”, contou. E, ao final, disse, sem marcar datas, que também já estava preparado para fazer sua estreia na tribuna do plenário da Câmara.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Durante a reunião, Tiririca lembrou sua trajetória, que começou, justamente, em um circo, ainda criança. "Comecei aos oito anos e fiquei até os 30. Sei da dificuldade. O circo é a maior cultura que temos, é cultura popular”.
Rita Bizerra, com O POVO
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