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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Selo de controle deixará vinho mais caro


Importadores de vinho questionam a colocação do selo de controle do produto e alegam perda na qualidade do produto e aumento do custo que será repassado

A obrigatoriedade da colocação de selo de controle fiscal nos vinhos comercializados no Brasil causa transtornos para importadores que também terão que repassar o custo para o consumidor. Com isso os vinhos oriundos do Exterior deverão ficar cerca de 15% mais caro, em média, segundo o diretor de importação do grupo Parque Recreio, Paulo Elias, maior importador de vinhos no Ceará.

O superintendente da 3ª Região Fiscal da Receita Federal Moacyr Mondardo Júnior, diz que esse é mais um segmento de bebidas que passa a ter controle físico assim como o uísque, a cachaça e a cerveja, por exemplo. “O selo visa aperfeiçoar o controle e possibilitar uma competição mais justa”, diz, considerando que muitas marcas já estão cumprindo a norma de comercializar com o selo. Para ele, é preciso entender que qualquer mudança gera novas obrigações e isso já ocorreu com outros segmentos.

Junto com Maclau Bastos que representa em Fortaleza a maior importadora de vinhos do Brasil e da Vinícola Concha Y Toro (VCT), Paulo Elias fala dos problemas que a colocação do selo causa. Para atender a Instrução Normativa da Receita Federal as importadoras terão de abrir todas as caixas, selar e fechar novamente, muitas vezes danificada a embalagem original e contabilizando perdas.

“O problema é ter que retirar uma carga de 12 mil garrafas que vem em contêiner resfriado e ter que selar uma a uma noutra temperatura”, diz, ressaltando que esse processo manual pode mobilizar umas 20 pessoas e levar cerca de três dias. Segundo os empresários, o prejuízo é de tempo, de custo com a logística e de cumprimento dos prazos de entrega. “Só o pagamento com carregamento e descarregamento gira em torno de R$ 1.500”, comenta.

Elias e Bastos destacam que a manipulação prejudica a qualidade do vinho por causa do choque de temperatura. O representante da VCT Brasil diz já existe atraso para entrega de cerca de sete vinhos diferentes que estão aguardando a liberação nos portos. “Essa situação tende a piorar com a chegada das festas de fim de ano”, observam, defendendo uma revisão da norma.

Outros empresários e especialistas também já se manifestaram contra a medida. Para o proprietário da importadora Casa Flora e atual presidente da Associação Brasileira de Exportadores e Importadores de Alimentos e Bebidas (ABBA), Adilson Carvalhal, quem sai perdendo no final é o consumidor, pois certamente será agregado um custo ao produto. “Medidas deste tipo sempre prejudicam mais os pequenos. O dono das importadoras Mistral e Vinci, Ciro Lilla, já declarou que este selo fiscal seria “o maior retrocesso que já assistimos no mundo do vinho fino no Brasil”.

SERVIÇO 
PRAZO IMPLANTAÇÃO
Quando: A partir de
1º de janeiro de 2012

Onde: Em todo o Brasil
Penalidade: Sem selo, mercadoria será apreendida

Edinho Trajano, com JH.



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