Os recentes acontecimentos na Terra Brasilis me fez dar uma parada e voltar no tempo. Ao Bairro de Beberibe, às margens do rio do mesmo nome, na minha saudosa Recife, quando criança sempre comprava leite naqueles litros de vidro, grossos, redondos. Não vivíamos a época do Ipods, dos não podes e dos descartáveis, isso lá pelos anos 1964/65/66. O lugar onde comprava o leite, tirado na hora, era uma vacaria, é assim que chamávamos os lugares onde se criava bois e vacas, eu questionava a Dona Carmelita, minha mãe, porque não era boiadaria, e como resposta, bem ao estilo dela, logo depois de um “Cala a boca José, isso não é da tua conta”, vinha um suave peteleco ao pé do ouvido esquerdo. Ai como doía!
Bem, foi cutucando na memória destes 54 anos de vida que me veio à lembrança o Seu Severino, que em Pernambuco chamávamos de Biu, com aqueles tambores enormes de leite tirado na hora, misturando-os com água. Qual de vocês não viu algo parecido durante a infância e a juventude lá pras bandas de Goiás e do leste de Minas, no interior de São Paulo e do Paraná, a tal mistura de leite com água ou água no leite? Pois é amigos, a coisa do levar vantagem em tudo vem antes do Gerson “Canhotinha de Ouro” do Tri de 70 no México. Vem antes do Lula do PT e de toda essa cambada que hoje contamina o Planalto Central com o vírus “Corruptus Brasilis”.
A bem da verdade, o povo de Brasília devia ser indenizado por receber os ladrões de todas as partes do Brasil, que para lá são enviados com o título de Vossa Excelência. Em casa que falta pão todo mundo grita e ninguém tem razão e com a corrupção no Brasil não é diferente não… ih, rimou, parece cordel, mas é a nossa triste realidade. Professores marcam o ponto e não dão aula. Alunos não estudam, querem nota e serem aprovados. Gente comprando diploma para passar em concurso vestibular. Empregado rouba porque ganha pouco. Patrões pagam pouco porque são roubados pelos empregados e explorados pelo governo. Politícos roubam porque os empresários sonegam, é um salve-se quem puder dos diabos, mas se o diabo fosse brasileiro também seria corrompido ou corruptor.
Na lei do tomá lá, dá cá, cada dia tem mais gente tomando lá de tudo e de todos, dizem que uma mão lava a outra e quando isso acontece é porque ambas estão sujas. Vejamos o seguinte: um povo que escraviza seus filhos na prostituição infantil através do turismo sexual, um povo que humilha seus irmãos vendendo lixo hospitalar impróprio para o uso, visando lucro altíssimo e posando de grande empresário, eleitores que se vendem à troco de uma lata de óleo, camisetas e alguns goles de cachaça, políticos que compram estes eleitores com falsas promessas, que jamais serão cumpridas, estes políticos uma vez no poder, usurpam do poder e do erário público, criaturas acima do bem a serviço do mal. De quem será a culpa dessa gente bronzeada agir dessa forma, movidos pela ganância imensurável de cada dia ter mais, muito mais, esquecendo-se do ser, é bom lembrar que o ter é efêmero, volátil e comburente. Como essa gente quer ser respeitada, construir uma nação forte, pois grande já somos? Com todas essas falcatruas, como escândalos da mandioca, dos sanguessugas, dos cartões corporativos, mensalão, roubos do INSS, o caso do juiz Lalau, Cesare Battisti e tantos outros… meu Padim Cícero Romão, me empresta esse teu cajado para combater os corruptos e a corrupção? Até essa hora chegar , deixo a pergunta no ar, afinal de quem é a culpa? Dos políticos safados ou de uma parcela do povo que sobre o manto de pacato, leva uma vida de gado marcados e felizes? O escândalo da vez é o caso do PM e do ministro lá no meu Pernambuco, os lençóis ensanguentados… Qual será o próximo capítulo nesta saga “escandalus brasilis”? Um sampraço arrochado e boa semana.
Francisco Sampa
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