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sábado, 24 de setembro de 2011

Comissão da Verdade foi negociada até em banheiros

Com emendas feitas pela oposição, negociadas em banheiros, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto da Comissão da Verdade, que deve apurar casos de violação aos direitos humanos. Articulações seguem no Senado
Privacidade. Era o que queriam os parlamentares que aprovaram, no fim da noite de quarta-feira, o projeto de criação da Comissão da Verdade, que deve apurar casos de violações aos direitos humanos, entre os anos de 1946 à 1988, período que inclui a ditadura militar. Na busca por locais “confortáveis” para negociar termos das emendas propostas pela oposição, deputados e ministros utilizaram até mesmo banheiros das dependências da Câmara Federal.

As alterações condicionais que mais repercutiram na Casa foram as propostas pelo DEM. Elas diziam respeito aos critérios que serão adotados pela presidente Dilma Rousseff (PT), na escolha dos sete integrantes da comissão. O colegiado realizará o trabalho de “examinar e esclarecer” os casos de violação dos direitos humanos, inclusive as mortes e torturas praticadas durante a ditadura militar.

Para tratar das alterações, os primeiros a se utilizarem do local - que mede cerca de 1,5 metro por 2,60 metros - foram os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, José Genoíno, assessor do Ministério da Defesa, além de pelo menos três parlamentares. Apertados no banheiro da liderança do DEM, eles negociaram os termos das emendas. Na segunda vez, para acertar por telefone as mudanças com Dilma Rousseff, que está nos Estados Unidos, os ministros usaram o banheiro do gabinete do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), que alegou “falta de espaço” na Câmara. “Ontem foi uma noite inusitada. Em função da falta de espaço, meu banheiro chegou a ser usado por seis pessoas ao mesmo tempo. Tudo em busca de privacidade”, disse Maia.

Como atuará a comissão
Segundo o texto do projeto aprovado pelos deputados, que deve agora ser debatido e votado pelo Senado Federal, a Comissão da Verdade funcionará por dois anos, sendo os sete membros uma escolha individual da presidente Dilma. Após esse período, o grupo deve apresentar um relatório detalhando as circunstâncias das violações investigadas, com base em documentos, até então, sigilosos. 

A expectativa é que o acordo costurado entre governo e oposição para a votação da comissão na Câmara facilite também a negociação entre os senadores, que devem aprovar o projeto sem maiores embates. (com agências)

O quê

ENTENDA A NOTÍCIA

A Comissão da Verdade foi proposta no 3º Programa Nacional de Direitos Humanos, assinado pelo ex-presidente Lula (PT), em dezembro de 2009. O objetivo é apurar casos de violações aos direitos humanos durante a ditadura.

SERVIÇO 

Confira como pensam os representantes de diferentes segmentos sobre a Comissão da Verdade e outros assuntos ligados aos Direitos Humanos:

Associação 64/68 - ANISTIA: www.anistia6468.blogspot.com

Torres de Melo: www.generaltorresdemelo.com.br


Edinho Trajano, com JH.

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