O Ministério da Saúde vai incentivar o uso de penicilina nas unidades de Atenção Básica à Saúde para reduzir os casos de sífilis congênita no Brasil. Portaria publicada na quarta-feira, 28, no Diário Oficial determina que o antibiótico esteja disponível nos serviços de todo o País. Hoje a oferta já existe, mas muitos centros resistem em prescrever e ofertar o remédio, por temer uma forte reação alérgica, disse o diretor do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde, Helder Pinto.
"Os índices de sífilis congênita no País são inaceitáveis. E a penicilina pode ajudar a reduzir os casos", disse Pinto. O remédio é indicado para tratamento de vários tipos de infecções e para febre reumática. Ele assegura que apenas 1% da população tem alergia ao medicamento. "É um erro restringir a oferta do remédio, barato e eficaz, por temer choques anafiláticos", disse.
Um protocolo para o uso da penicilina foi preparado para auxiliar equipes de saúde. A ideia é que a equipe de saúde faça um teste antes de prescrever a penicilina aos pacientes. Caso a sensibilidade ao antibiótico seja identificada, outro remédio será indicado.
A portaria indica que, em caso de reações anafiláticas, equipes devem seguir as regras previstas no protocolo preparado pelo governo. O Ministério da Saúde informou que, em 2010, 285 casos de intoxicação por penicilina foram identificados. Este ano, até novembro, foram 179. Em 2006, foram identificados no País 5.789 casos de sífilis congênita em menores de um ano. A doença, considerada evitável, pode causar aborto, má formação do feto e morte ao nascer. Bebês podem ainda ter cegueira, surdez e deficiência mental. "Hoje o teste está disponível. A maior dificuldade está no tratamento", completou.
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