Segundo maior destino turístico da Bahia –perdendo apenas para a capital Salvador–, Porto Seguro registrou na tarde desta quarta-feira (30) ataques a estabelecimentos comerciais, tiroteios, depredação de bens públicos e ônibus incendiados. Também foram destruídos vidros de lojas e caixas eletrônicos. Os ataques aconteceram simultaneamente em sete bairros do município.
De acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública), os protestos foram feitos por traficantes, inconformados com as buscas realizadas pela polícia para localizar e prender um suspeito de matar o soldado da PM Luiz Cláudio Dias dos Santos. O crime aconteceu no último sábado (26).
Até as 19h30 desta tarde, a Polícia Militar tinha confirmado que quatro ônibus foram incendiados e dois, destruídos. Em depoimento informal à Polícia Civil, moradores contaram que pelo menos dez homens fortemente armados interceptaram os ônibus, retiraram os passageiros e, em seguida, atearam fogo nos veículos. Não há informação de feridos.
Um dos ônibus incendiados transportava 48 crianças e adolescentes que estudam em escolas da cidade. “Os bandidos chegaram, falaram para o motorista que iriam incendiar o ônibus e pediram para os alunos descerem”, disse Maurício de Barros, dono do veículo.
Com medo de novas manifestações, os comerciantes que trabalham principalmente na periferia fecharam os seus estabelecimentos.
Em nota, a Polícia Militar diz que o secretário da Segurança Pública, Maurício Barboza, e o comandante-geral da corporação, coronel Alfredo Castro, determinaram o deslocamento de policiais militares que trabalharam na região sul da Bahia para garantir a segurança na cidade.
No final da tarde, Barboza embarcou para Porto Seguro para acompanhar as investigações. Quatro pessoas, suspeitas de comandar os ataques, foram presas.
De acordo com a PM, a onda de protestos começou pela manhã e se intensificou a partir das 14h desta quarta-feira, quando alguns traficantes tomaram conhecimento da morte de Edson Pereira Viana, 33. Ele teria facilitado a fuga do suspeito de matar o policial no final de semana. Depois de prestar depoimento à Polícia Civil, Viana foi morto por dois homens encapuzados que estavam em uma motocicleta.
Durante os protestos, traficantes também atiraram para o alto para intimidar os moradores, segundo informações da polícia.
Edinho Trajano, com UOL.
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