Aliança com PMDB deu poucos frutos eleitorais ao PT

O PT cogita abrir mão de candidaturas para apoiar peemedebistas em 2012. No ano passado, essa estratégia foi usada para favorecer Dilma Rousseff, mas o resultado foi decepcionante.

O breve histórico da aliança nacional PT-PMDB, formalizada somente nas eleições de 2010, não aconselha o empenho da direção nacional petista em entregar seu comando ao aliado em boa parte dos principais municípios brasileiros em 2012. Levantamento da reportagem mostra que a coligação entre as duas legendas teve, em 2010, nas oito unidades da Federação em que o PMDB a liderou, 1,5 milhão de votos a menos do que havia obtido no mesmo período de 2006, no segundo turno presidencial.

Na reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva, o PT não apoiou candidatos peemedebistas a governador nesses colégios no 1º turno, mas neles o resultado presidencial foi melhor que na eleição de Dilma Rousseff, quando o PMDB liderou a aliança nesses locais.

Em 2010, o comando nacional petista encenou enredo parecido ao que prepara para 2012. Pressionou seções estaduais do partido para que desistisse de lançar candidatos a governador em estados importantes, como Minas e Rio, onde o PMDB exigia o comando da aliança, ameaçando inclusive não apoiar Dilma. Mas o resultado não foi o que se anunciara: nos dois estados, Dilma, apoiando candidatos do PMDB aos governos estaduais, teve 1.186.584 votos a menos do que Lula, comparados os dois segundos turnos. O PMDB, em parte, não entregou o que prometera. Seu candidato a governador de Minas, Hélio Costa, saiu na frente, mas acabou perdendo para o tucano Alberto Anastasia.

No estado natal da presidente, os dois partidos já tinham disputado juntos a eleição de 2006, mas, ao contrário de 2010, na ocasião era o PMDB que estava como vice do postulante petista ao governo, Nilmário Miranda. Com a dupla encabeçada pelo PT, Lula conseguiu 6.808.417 votos (65,19%) no segundo turno. No ano passado, com o peemedebista Costa tentando o Palácio da Liberdade, Dilma obteve os votos de 6.220.125 (58,45%) mineiros.

No Rio de Janeiro, em 2006 PT e PMDB estavam separados no primeiro turno. O presidente se reelegeu com 69,68% da votação, ou 5.532.584 votos. Quatro anos depois, com os dois partidos juntos desde o primeiro turno, Dilma, no segundo turno, teve 4.933.926 votos - queda de 598.658 em relação a quatro anos antes. (da Agência Estado)

ENTENDA A NOTÍCIA

Nos oito estados em que o PMDB chefiou as coligações em 2010, Dilma obteve 17.591.930 votos no 2º turno. Em 2006, Lula conseguira nesses mesmos locais 19.141.532 eleitores, diferença de 1.549.602.

Edinho Trajano.