"Graças a Deus a Rocinha / que estava mal-afamada / Pelas tropas legais / hoje está sendo ocupada / Aquela comunidade / Passa a ter tranquilidade / E vai ser pacificada / O primeiro e decisivo / Pontapé inicial / Ocorreu no Santa Marta / Pacificando o local / A lei, com a prisão de Nem / é restaurada também na Rocinha e Vidigal / Desde quando as UPPs / No Rio foram implantadas / a lei, a paz e a ordem / Pelo crime dominadas / Foram restabelecidas / Preservando muitas vidas nas áreas pacificadas / Antes do Nem, a Rocinha / Teve um bem-te-vi famoso / Que veio da terra quente / Pra se fazer criminoso / Nem, no cordel e na vida / Teve a sorte conferida ao Pavão Misterioso / Nem, ao longo de seis anos fez o império do mal / Subestimou todo tipo de cerco policial / Porém tudo tem prazo de validade / No caso, teve o seu ponto final / Quando as quatro e dez minutos / Vários veículos blindados / Iniciaram as ações / Comandantes, comandados / Na maior operação / Deram à população / Os primeiros resultados / A Rocinha é, na verdade / A colônia nordestina / Mais popular e maior / Da América Latina / Foi em razão desse fato / Montaram tal aparato / Para enfrentar até mina".
História em cordel
Neste domingo, dia de festa na Feira de São Cristóvão, pela inaguração da "cordelteca", um espaço cultural da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, três dos maiores poetas do gênero, Gonçalo Pereira da Silva, Manoel Santamaria e Antônio de Araújo (Campinense), se uniram para eternizar em versos um dia inesquecível para os moradores da Rocinha, a mais nordestina das favelas cariocas. Com a queda dos bandidos, voltam a ser protagonistas da história da comunidade os seus verdadeiros donos: os trabalhadores que a construíram. Muitos vieram do Nordeste em busca de melhores condições de vida. Gente batalhadora, como Edvan Bezerra da Silva, de 52 anos. Ele saiu de Nova Rússia, que não fica na Europa, mas no Ceará, atraído por um convite do cunhado. O destino era a Rocinha. Há 11 anos, quando chegou à favela, ficou impressionado com as milhares de casinhas, grudadas umas às outras. A violência foi um problema, mas ele não desistiu da favela, onde hoje residem oito pessoas da família. No Rio Maravilha, empregos não faltam. Edvan, que é lancheiro, já papou o seu. Já foi dito que, se a Rocinha parar, a Zona Sul para. Hoje, o Rio de Janeiro parou. Para aplaudir a paz.
Com sotaque e com coragem
Parte da comemoração pela nova Rocinha, então, teve sotaque carregado. Uma festa sem chiado carioca, mas cheia de "s": de suor, sonho e saudade. Nas décadas de 50, 60 e 70, os cabra-macho nordestinos vieram para cá atraídos por empregos em projetos de expansão que envolviam a zona sul do Rio, como a construção dos túneis Rebouças e Dois Irmãos. Hoje engrossam a população de 100 mil moradores da comunidade e, como o paraibano João Batista Barbosa, botam xaxado no funk, mas não perdem o rebolado na vida:
— Vim parar na Rocinha com 19 anos, a convite de um tio. Hoje estou com 47. Tenho até condições de sair e morar em outro bairro. Mas quem disse que eu quero? Vivo em paz e feliz... E tenho certeza que , partir de agora, vou viver mais ainda. Criei meus três filho trabalhando como chefe de cozinha e morando nessas bandas. Daqui a uns três anos construo meu restaurante em João pessoa — emociona-se o comentarista do programa "Que maravilha!", da GNT, e convidado constante do "Mais Você", de Ana Maria Braga.
A mulher do seu João, a maranhense Francisca Alves, diz que não arreda o pé daqui. Ele, nordestino que é...
— Oxe, ela vai assim ‘mermo’!
E se é para ser arretado, o cearense Adelson Guedes também não faz pantim:
— Tenho 39 anos e já estou no Rio há 32, procurando, como a maioria dos nordestinos, uma melhoria de vida. Conheci a Rocinha e me apaixonei. Aqui é perto de tudo... Principalmente de onde se ganha dinheiro. Fui porteiro de prédios da zona sul por 30 anos. Feliz, vejo que hoje e estamos em um novo tempo mesmo, assim como a Fênix, ressurgindo das cinzas.
Edinho Trajano, com informações de Extraonline
História em cordel
Neste domingo, dia de festa na Feira de São Cristóvão, pela inaguração da "cordelteca", um espaço cultural da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, três dos maiores poetas do gênero, Gonçalo Pereira da Silva, Manoel Santamaria e Antônio de Araújo (Campinense), se uniram para eternizar em versos um dia inesquecível para os moradores da Rocinha, a mais nordestina das favelas cariocas. Com a queda dos bandidos, voltam a ser protagonistas da história da comunidade os seus verdadeiros donos: os trabalhadores que a construíram. Muitos vieram do Nordeste em busca de melhores condições de vida. Gente batalhadora, como Edvan Bezerra da Silva, de 52 anos. Ele saiu de Nova Rússia, que não fica na Europa, mas no Ceará, atraído por um convite do cunhado. O destino era a Rocinha. Há 11 anos, quando chegou à favela, ficou impressionado com as milhares de casinhas, grudadas umas às outras. A violência foi um problema, mas ele não desistiu da favela, onde hoje residem oito pessoas da família. No Rio Maravilha, empregos não faltam. Edvan, que é lancheiro, já papou o seu. Já foi dito que, se a Rocinha parar, a Zona Sul para. Hoje, o Rio de Janeiro parou. Para aplaudir a paz.
Com sotaque e com coragem
Parte da comemoração pela nova Rocinha, então, teve sotaque carregado. Uma festa sem chiado carioca, mas cheia de "s": de suor, sonho e saudade. Nas décadas de 50, 60 e 70, os cabra-macho nordestinos vieram para cá atraídos por empregos em projetos de expansão que envolviam a zona sul do Rio, como a construção dos túneis Rebouças e Dois Irmãos. Hoje engrossam a população de 100 mil moradores da comunidade e, como o paraibano João Batista Barbosa, botam xaxado no funk, mas não perdem o rebolado na vida:
— Vim parar na Rocinha com 19 anos, a convite de um tio. Hoje estou com 47. Tenho até condições de sair e morar em outro bairro. Mas quem disse que eu quero? Vivo em paz e feliz... E tenho certeza que , partir de agora, vou viver mais ainda. Criei meus três filho trabalhando como chefe de cozinha e morando nessas bandas. Daqui a uns três anos construo meu restaurante em João pessoa — emociona-se o comentarista do programa "Que maravilha!", da GNT, e convidado constante do "Mais Você", de Ana Maria Braga.
A mulher do seu João, a maranhense Francisca Alves, diz que não arreda o pé daqui. Ele, nordestino que é...
— Oxe, ela vai assim ‘mermo’!
E se é para ser arretado, o cearense Adelson Guedes também não faz pantim:
— Tenho 39 anos e já estou no Rio há 32, procurando, como a maioria dos nordestinos, uma melhoria de vida. Conheci a Rocinha e me apaixonei. Aqui é perto de tudo... Principalmente de onde se ganha dinheiro. Fui porteiro de prédios da zona sul por 30 anos. Feliz, vejo que hoje e estamos em um novo tempo mesmo, assim como a Fênix, ressurgindo das cinzas.
Edinho Trajano, com informações de Extraonline
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