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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

“Presidente Dilma, desculpe se eu fui agressivo. Eu te amo”, diz Lupi


“Presidente Dilma, desculpe se eu fui agressivo. Eu te amo”, diz Lupi
Ministro presta esclarecimentos na Câmara sobre denúncias
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT-RJ), fala neste momento na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara para prestar esclarecimentos sobre denúncias de irregularidades na pasta que comanda. Na audiência, Lupi presta esclarecimentos sobre as denúncias de irregularidades na pasta. A reunião teve início às 9h50 desta quinta-feira.

"A gente é ser humano e, pressionado, cada um tem uma forma de reagir. Às vezes eu exagero. (...) Presidenta Dilma (Rousseff), desculpe se eu fui agressivo. Eu te amo", disse Lupi na comissão. "Peço desculpas públicas porque eu tenho humildade suficiente para isso", afirmou. O ministro disse, ainda, que a "mídia" o ataca sem provas e deu a entender que o alvo dos veículos que publicaram denúncias seria a presidenta Dilma. "Quando se começa a tirar soldado do exército é para atingir o general", afirmou.

Ao mesmo tempo em que criticou a "mídia", Lupi ressaltou que as denúncias publicadas foram feitas a partir de investigações que ocorreram dentro do próprio ministério. "Não teve uma denúncia apresentada que não tenha sido detectada dentro do Ministério do Trabalho", disse.

O ministro recorreu diversas vezes a referências religiosas para se defender. "Deus é forte, é grande, ele protege seus filhos", disse. "Esse Jesus que me ilumina vai me dar força para mostrar a verdade", afirmou. "Isso é um tribunal de inquisição? Busquem as provas, pelo amor de Deus".

A crise no Ministério do Trabalho teve início após o iG revelar, no último dia 26, a existência de um esquema de desvios baseado em contratos com ONGs, semelhante ao que atingiu o Ministério do Esporte. O caso foi reforçado por denúncia feita no último fim de semana pela revista Veja apontando mais irregularidades nos convênios da pasta.

Ontem (9), os deputados discutiam sobre a votação de requerimentos de convite e convocação do ministro, quando Lupi enviou mensagem informando sua disposição de ir hoje à Câmara para dar explicações. Desde o fim de semana, o ministro nega todas as suspeitas. Ele afastou um dos assessores envolvidos nas informações.

Em entrevistas recentes, Lupi disse que o assunto está superado. “A gente já deu as respostas que tinha que dar, apresentou os documentos, o procurador-geral da República [Roberto Gurgel] já se pronunciou. Agora, estou aqui para trabalhar”, acrescentou, durante encontro destinado a discutir o Programa Brasil sem Miséria.

Lupi reiterou que sua equipe não cobra propina em nome do partido. Ele lembrou que o Ministério do Trabalho conta com cerca de 10 mil funcionários. “Se (alguém) tiver feito, cadeia para o corrupto e para o corruptor”, disse.

Segundo o ministro, as informações de irregularidades são “vazias e irresponsáveis”. Ele pediu que sejam apresentadas provas relacionadas a supostos pagamentos de propina que envolvam seu nome.

Roteiro ministerial

A ida de Lupi ao Congresso segue o roteiro de boa parte dos ministros que deixaram o governo da presidenta Dilma Rousseff por suspeitas de participação em esquemas de corrupção. Desde que as denúncias vieram à tona, Lupi também decidiu instaurar uma sindicância, pediu que a Polícia Federal investigue o caso e afastou um dos servidores envolvidos nas denúncias.

Seis ministros já deixaram o governo desde junho, cinco deles em meio a denúncias de irregularidades - Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura), Pedro Novais (Turismo) e Orlando Silva (Esportes).

 Edinho Trajano, com informações da Agência Brasil

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