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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

New Life: sócio que sacou o dinheiro pago pela PMJP dá versão e comprova inocência


New Life: sócio que sacou o dinheiro pago pela PMJP dá versão e comprova inocência
Ele tenta explicar porque sacou cheque em Taperoá e apresenta novos documentos 

Até agora uma versão sobre a denúncia da Revista Época tinha vindo à tona. Mas agora, o sócio de Daniel Gomes (autor das acusações contra a PMJP), o jovem Pietro Harley Dantas Félix, de 34 anos, também decide se manifestar e dá a versão, que segundo ele é a verdadeira, dos fatos.

Antes de começar a ‘descarregar o que estava até agora abafado', o acusado mostra que tem em seu poder uma cópia da denúncia feita por Daniel na Revista Época, das Organizações Globo, onde Pietro aparece no olho do furação e como responsável por um golpe de R$ 2,3 milhões, fruto do recebimento supostamente ilegal do valor da venda de livros à Secretaria de Educação da Prefeitura de João Pessoa.

Pietro conta que conhece Daniel de muito tempo. Na adolescência, estudaram juntos no Colégio Pio XI em Campina Grande. Anos mais tarde, a relação estudantil ganhou contornos profissionais. “Eu dei o primeiro emprego dele”, garante o empresário e consultor em vendas de livros.

Daí em diante, os dois passaram a fazer negócios juntos. Nascia a Daniel Cosme Guimarães Gonçalves ME – New Life Distribuidora de Livros. Registrada na Receita Federal em nome de Daniel, a New Life passou a ter em Pietro um sócio informal. Os dois, segundo Félix, faziam suas vendas e cada um recebia pelo o que vendia.

A polêmica do pagamento - Em janeiro de 2010, a New Life concorreu e venceu licitação de R$ 2,3 milhões para fornecer livros à Secretaria de Educação de João Pessoa. Meses depois, a Prefeitura fez o pagamento. Pietro afirma que recebeu e sacou o cheque porque tinha poderes para tal, outorgados pelo próprio Daniel.

Pietro garante que o cheque emitido pela Prefeitura de João Pessoa foi nominal a Daniel Cosme Guimarães Gonçalves ME, nome da New Life, e que recebeu o valor pago porque, além de ter procuração lhe repassando direitos de representação na licitação, também tinha, desde os primórdios da empresa, autorização de Daniel para realizar as operações bancárias.

Durante a entrevista, Pietro apresentou o que considera a prova do que está a dizer: uma procuração datada de 14 de novembro de 2008, assinada por Daniel e entregue à agência do Banco do Brasil Sólon de Lucena, em João Pessoa, por ocasião da abertura da conta bancária oficial da New Life.

No rodapé do documento, cuja assinatura teve firma reconhecida pelo cartório Fernando Souto Maior, de Campina Grande, o gerente de módulo do Banco do Brasil atesta e assina abaixo do carimbo “Documento Confere com o Original”, 

O saque em Taperoá - Por que o senhor só sacou o pagamento em Taperoá, 216 km de João Pessoa?. “Logo quando ganhei a licitação, eu comprei uma fazenda em Taperoá, cidade com a qual tenho laços. Acertei a compra e realizei o pagamento após o saque que fiz na agência do Banco do Brasil da cidade. Também saldei outros compromissos financeiros por lá”, explicou.

“Eu desafio Daniel provar que o cheque sacado era nominal a mim. Eu só pude sacar porque já vinha fazendo isso em várias ocasiões e por ter procuração na conta bancária para isso. Tanto que nunca houve qualquer contestação, nem de Daniel e nem do banco”, diz Pietro, desafiando seu ex-sócio a provar o contrário.

Cheque nominal - Nessas operações, geralmente os órgãos públicos costumam efetuar os pagamentos aos fornecedores via tranferência online, direta para a conta da empresa credora. No caso do saldo da dívida com a New Life, o pagamento se deu mediante cheque nominal.

Na entrevista, Pietro foi questionado por que mereceu tratamento diferenciado da Prefeitura da Capital. “Eu pedi ao setor responsável que fizesse o pagamento em forma de cheque e não transferência. Nós (ele e Daniel) já estávamos com a relação estremecida porque tudo que caía na conta ele sacava. A empresa já estava devendo. Ele tinha débitos comigo referentes a outras vendas sem prestação de contas. Nós acertamos que cada um faria os seus negócios”.

Motivações - Para Pietro, o seu “ex-sócio” está usando o fim da sociedade para servir de instrumento de aproveitamento político-eleitoral. Félix diz que toda essa novela começou quando Daniel percebeu que a campanha de José Maranhão, em 2010, estava praticamente perdida.

O que tem haver uma coisa com outra, foi questionado. “Tudo”, respondeu Pietro, acrescentando logo em seguida: “Daniel é primo do secretário de Educação de Campina Grande, Flávio Romero Guimarães. Daniel acreditava que o primo seria o próximo secretário de Educação do Estado, caso Maranhão ganhasse. Ele tinha promessas de vendas ao Estado. Como viu que isso não iria acontecer, começou a se desesperar e fazer todo tipo de chantagem”, assegura Pietro, revelando que Daniel tem realizado vendas de livros à Prefeitura de Campina Grande, através de uma empresa registrada em nome de um cunhado, também chamado Flávio.

“Ele mesmo admite no vídeo que procurou vários políticos para abordar o assunto. O interesse dele é político. Lamento que uma questão particular de dois micro empresários esteja sendo levada para esse campo”, frisou.

Adiante, Pietro respondeu ainda à acusação de que teria utilizado o dinheiro do lucro da venda para alimentar suposto caixa-dois da campanha do então candidato ao Governo, Ricardo Vieira Coutinho (PSB).

“E por que ele (Daniel), como titular e dono da empresa, não apresenta ao público o extrato da conta bancária provando isso. Por que ele não apresenta a movimentação da conta e prova o que está dizendo”, desafia Félix.

Sem perder o ritmo, produz outro desafio a Daniel, seu ex-colega de Pio XI. “Se ele quer mesmo resolver um problema comigo, de ex-sócios, porque até agora ele não entrou com uma ação contra mim por desfalque. Ele não diz que eu saquei e gastei de forma ilegal? Por que não me processa”, pergunta com certo ar de ironia.

Banco reconhece sociedade - Para provar a relação empresarial e particular que compartilhou com Daniel Gonçalves, Pietro Félix apresentou, durante a entrevista, uma cópia do contrato de adesão a produtos de pessoa jurídica número 327.703.195, no qual os dois aparecem como os dirigentes da pessoa jurídica. 

Na ocasião, Daniel abriu linha de crédito de capital de giro de R$ 35 mil. Pietro surge como fiador da operação, cujo vencimento final se deu em 26 de novembro de 2009. Segundo cópias do extrato da conta em 14/11/2011, o empréstimo ainda está pendente. São dois débitos, juntos somam mais de R$ 46 mil. Confira os extratos:
 “Como é que eu tirei esse extrato agora (14/11/2011) e ele diz que não tinha sociedade nenhuma e eu não tinha direito de sacar. Assinei e paguei cheques da empresa a vários fornecedores. Aliás, nessa dívida do empréstimo, eu sou fiador, e por isso vou ter que pagá-la”, disse Pietro, ex-funcionário da Moderna, editora da qual diz se orgulhar ter recebido prêmio nacional de melhor vendedor, por cinco vezes. “Me dei bem na área pelos meus méritos e não por amizades”.

Doação de campanha - Pietro Dantas Félix confirmou que foi o responsável pela doação de R$ 6 mil para a campanha do então candidato a deputado estadual Alexandre Urquiza (PSB), influente integrante do grupo do governador, mas que nunca o avisou desse depósito.

“Na minha vivência com venda de livros conheci muito professores. Sempre fui ligado à questão da Educação. Achei que ele (Urquiza), se eleito, faria um bom mandato nessa área e fiz a doação. Não vejo nenhum problema, por isso a doação foi transparente, sem maquiagem alguma”, justificou.

Da amizade às barras dos tribunais - Visivelmente chateado com os contornos e a repercussão que ganhou a disputa com seu sócio, Pietro anunciou que está processando judicialmente Daniel Cosme pelos danos causados à sua integridade pessoal e profissional.

Garante que jamais o ameaçou. Pelo contrário, diz Pietro, desde o rompimento, apesar de ter sido procurado, “ele nunca retornou as tentativas de diálogo e solução” para o azedo impasse societário.

Quando conheceu Daniel no Pio XI, ainda na adolescência, Pietro Harley Dantas Félix, hoje personagem do noticiário da imprensa estadual, nunca sonhou que ambos virariam empresários, nem muito menos notícia nacional.

Os ex-colegas de turma jamais imaginaram que anos depois fundariam a New Life, batismo da marca de fantasia de nome inglês, cuja tradução para o português significa “nova vida”. Realmente, depois da do nascimento da New Life, a vida dos dois nunca mais foi a mesma. E talvez nunca mais voltará a ser.



Edinho Trajano, com MaisPB

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