Depois de oito horas de discussão, a Câmara aprovou o texto básico com a prorrogação da Desvinculação das Receitas da União (DRU) até 31 de dezembro de 2015. A vitória do governo foi folgada: foram 369 votos a favor e apenas 44 contra. A DRU permite à presidente Dilma Rousseff movimentar livremente 20% das receitas federais, o que representa recursos da ordem de R$ 62,4 bilhões.
A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvati, acompanhou a votação da DRU no gabinete do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS). O governo pretende concluir ainda na madrugada desta quarta-feira a votação em primeiro turno da emenda constitucional da DRU.
A votação deve se arrastar pela madrugada depois que a presidente Dilma rejeitou a proposta da oposição de prorrogar a DRU por apenas dois anos, até 2013, e não quatro anos. A presidente não cedeu à proposta de reduzir o prazo de vigência da DRU sob o argumento de que a crise econômica é complexa e pode durar mais de dois anos. Sem acordo, a oposição atrasou a votação, usando todos os instrumentos regimentais de obstrução.
Para aprovar a DRU, o governo acelerou a liberação de verbas das emendas de parlamentares ao Orçamento deste ano. O Planalto também atendeu à bancada do PMDB da Câmara e nomeou para a Secretaria Nacional de Programas de Desenvolvimento do Ministério do Turismo Fábio Dias. Apesar da demora para concluir a votação em primeiro turno da emenda, a avaliação do governo é que a base deverá aprovar sem problemas a prorrogação da DRU até 31 de dezembro de 2015.
Edinho Trajano, com
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