A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que reúne cerca de 1.300 jornais, começa hoje, em Lima, a sua 67.ª Assembleia-Geral, marcada por um dado preocupante: 21 jornalistas foram assassinados no exercício da profissão nos últimos seis meses - desde o encontro anterior da entidade em San Diego, nos Estados Unidos.
Esse número torna os cerca de 30 relatórios nacionais - a serem lidos e discutidos a partir do domingo - o item mais importante do encontro, ao qual devem comparecer cerca de 500 editores e jornalistas de 30 países.
O documento sobre o Brasil, a ser apresentado por Paulo de Tarso Nogueira, vice-presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa da entidade, deve ser um dos primeiros. Nele, o total de crimes e violações contra a liberdade de imprensa chega a 23. São 4 assassinatos, 2 prisões, 8 agressões e 6 novos casos de censura determinada por juízes de vários Estados do País.
Presidida pelo guatemalteco Gonzalo Marroquín, editor da revista Siglo 21, a assembleia será formalmente aberta apenas na segunda-feira, com um discurso do presidente peruano Ollanta Humala. Desde sua campanha presidencial, e nas decisões como presidente, ele tem defendido, como prometera, a liberdade de expressão no País. Dois ex-chefes de Estado também participarão do encontro - Carlos Mesa, da Bolívia, e Alejandro Toledo, do Peru - para um painel sobre as relações entre jornalismo e política.
Mas outros pratos fortes estão no programa dos próximos cinco dias. Dois momentos "quentes" da agenda devem ocorrer na segunda-feira. No primeiro, o criador do WikiLeaks, Julian Assange, participará por teleconferência de uma discussão sobre sua atuação na divulgação de dados sigilosos de governos.
No segundo, juristas e jornalistas vão analisar o caso do fechamento do tabloide inglês The News of the World, pivô de um escândalo, na imprensa britânica, pelo modo como invadiu a vida privada de celebridades, para torná-la pública. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Edinho Trajano, com
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