Dentre os tantos argumentos que o vice-governador da Paraíba e presidente estadual do recém-criado PSD utiliza para atrair lideranças para a legenda, um, certamente, não é colcoado na mesa de negociações: o de que o PSD nasce sem ter direito a tempo de guia eleitoral no rádio e na TV.
Isso mesmo. A decisão que garantiu a criação do PSD não garantiu que o partido terá agregado o tempo correspondente de seus deputados federais vindos de outras legendas, para que os pretensos candidatos em 2012 tenham o que os marketeiros consideram fundamental para uma eleição: tempo de guia eleitoral.
E, convenhamos, todos sabem que as mudanças ocorridas nos processos eleitorais nos últimos anos só fortaleceram a mídia eletrônica. Os comícios, as passeatas e carreatas, atualmente, são feitos, sempre, em função da captação de imagens para a TV ou de áudios para os programas de rádio.
Levar gente para as atividades de campanha tem, atualmente, a função primordial de conseguir as melhores cenas para o guia da TV; ou para se conseguir os áudios que se quer para a ilustração do guia de rádio. Tanto que, nos últimos anos, os discursos proferidos nas atividades de rua são orientados para que se ‘encaixem’ nos tempos certos para uso em rádio e TV.
Para tentar conseguir um tempinho nos guias Brasil afora, o PSD deve travar outra batalha judicial. E, diferentemente da primeira, que foi a de garantir seu registro, as chances de sucesso são bem menores. Além do mais, tempo de TV é uma das moedas mais valiosas colocadas à mesa das negociações para definir as coligações eleitorais.
Reportagem recente do jornal O Estado de São Paulo diz que o PSD terá somente 54 segundos de propaganda eleitoral. O Estadão compara a situação do PSD à de siglas pequenas no Congresso Nacional, como PCB, PRTB e PCO – com todo respeito a estas siglas. Os três também tiveram 54 segundos de tempo de TV em 2010. Dá pra dizer ‘meu nome é Enéas’!!! O jornalista José Cácio Júnior diz que a questão é clara: a legislação eleitoral sustenta que o tempo de TV é calculado conforme a bancada federal eleita pelos partidos. Caso em que o PSD não se enquadra.
Outro revés aponta dificuldades no caminho do PSD: o Ministério Público Eleitoral encaminhou parecer ao TSE negando às novas legendas benefícios de partidos criados por fusão. Sem tempo de TV, o poder de fogo da legenda para 2012 diminui bastante, principalmente nos municípios que transmitem propaganda eleitoral gratuita.
É bom pensar duas vezes antes de tomar a decisão, pessoal...
Edinho Trajano, com PBAGORA.
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