
Bittencourt, há 21 anos no TCE, corte de contas que presidiu três vezes, é alvo de investigação da Procuradoria Geral de Justiça que, em ação civil pública, o acusa de improbidade, enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro. A Procuradoria requereu o afastamento cautelar do conselheiro e a indisponibilidade de seu patrimônio, calculado em R$ 50 milhões.
A ação foi distribuída para a 1.ª Vara da Fazenda Pública da Capital que decidirá sobre os pedidos da Procuradoria.
A base do acervo de provas contra Bittencourt são os manuscritos que ele preencheu e endereçou, por fax, ao Lloyds Bank de Miami e de Nova York solicitando transferências em nome da Mezzanote, codinome que usou para a conta que abriu para a offshore Justinian.
Cópias de certificados arquivados no Lloyds, datados de 16 de agosto de 1995, confirmam Bittencourt como controlador da Justinian. Ele e sua ex-mulher, Aparecida Bittencourt, compareceram pessoalmente à agência da instituição em Miami.
Uma transação identificada pelas autoridades norte-americanas ocorreu no dia 16 de janeiro de 2001, quando o conselheiro solicitou em documento por ele assinado, o deslocamento de US$ 250 mil para a offshore Conquest Limited. Os registros do Lloyds mostram que ele determinou pelo menos outras sete operações dessa mesma natureza e envergadura naquele ano e uma em 2002, totalizando US$ 1,96 milhão.
Pelas contas bancárias da Justinian circularam US$ 9,7 milhões no período de abril de 1997 a fevereiro de 2005. Os apontamentos do Lloyds revelam o saldo existente nas contas da offshore de Bittencourt em determinadas ocasiões, com destaque para posições em dinheiro, bônus e fundos: US$ 1,82 milhão em 13 de novembro de 1998; US$ 2,11 milhões em 9 de novembro de 1999; US$ 1,82 milhão em 26 de fevereiro de 2001.
Após o aporte inicial nas contas Justinian, Bittencourt depositou entre 1999 e 2004 o montante de US$ 5,31 milhões, "valores de origem ilícita que lá permaneceram sob forma de investimentos".
Perante os promotores e procuradores, Bittencourt calou-se e também se recusou a fornecer material para exame grafotécnico. Mas laudos e pareceres técnicos do Centro de Acompanhamento e Execução (Caex) evidenciam a correspondência das assinaturas do conselheiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Edinho Trajano, com 
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