Na semana em que o Congresso deve bater o martelo sobre a divisão dos royalties do petróleo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desistiu de participar, hoje em Brasília, de ato público a favor da reforma política. Presidente de honra do PT, Lula se envolveu pessoalmente nas negociações com os partidos aliados para tentar aprovar a reforma ainda este ano.
O texto da proposta, que permite às empresas estatais financiar campanhas eleitorais, está previsto ser votado amanhã em comissão especial da Câmara.
"A ausência do Lula não enfraquece o movimento a favor da reforma", afirmou ontem o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP). "O ex-presidente alegou cansaço para não vir."
"O fato de Lula não poder vir não diminui um milímetro o ato", argumentou o deputado Henrique Fontana (PT-RS), relator da reforma política. "O Lula vai continuar ajudando a articular a reforma política."
Constrangimento
Em dezembro do ano passado, Lula vetou a redistribuição dos royalties do petróleo de forma igualitária a todos os Estados e municípios do País. Esse veto pode ser votado amanhã, em sessão do Congresso, e a tendência é que seja derrubado. A presença do ex-presidente em Brasília poderia causar constrangimentos aos parlamentares.
Para tentar um consenso na reforma entre os partidos aliados, o ex-presidente já se reuniu com os dirigentes do PC do B, o PDT, o PSB e o vice-presidente Michel Temer, presidente licenciado do PMDB. As principais divergências são entre o PT e o PMDB, que têm posições antagônicas em pontos da reforma.
Sem Lula e com o esvaziamento do ato, os organizadores do evento em prol da reforma política esperam a presença de governadores como Sérgio Cabral (Rio de Janeiro), Cid Gomes (Ceará), Tarso Genro (Rio Grande do Sul) e Eduardo Campos (Pernambuco), além de representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Edinho Trajano, com
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