A Justiça de Alagoas determinou o bloqueio dos bens do deputado federal Arthur Lira (PP-AL), do prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP) e de mais 15 deputados e ex-deputados — todos acusados de enriquecimento ilícito e desvio de R$ 300 milhões da folha de pagamento da Assembleia Legislativa.
Segundo o juiz da 18 Vara Cível da Capital, André Guasti Motta, os integrantes da Organização Criminosa (ORCRIM) obtinham empréstimos do Banco Rural, onde o avalista era a Mesa Diretora. Mas o valor era pago pela Assembleia, não pelos deputados.
Cícero Almeida já responde por improbidade administrativa — com pedido de prisão e perda dos direitos políticos por oito anos em outra ação, movida pelo Ministério Público Estadual, por causa do desvio de R$ 200 milhões na chamada “máfia do lixo”. Segundo o magistrado, em 2003, a Assembleia firmou convênio com o Banco Rural S.A, que vigorou até 2006.
A proposta era a concessão de empréstimos pessoais consignados a parlamentares e servidores. O contrato previa limite para os parlamentares de R$ 150 mil e para os integrantes da Mesa Diretora o limite de R$ 300 mil.
inho Trajano, com B.E.
Muitas vezes, os parlamentares e os integrantes da Mesa Diretora não tinham dinheiro na conta, para o pagamento do empréstimo. Então, a Assembleia arcava com o prejuízo, ressarcindo o banco. Até fantasmas e laranjas eram usados na fraude.
O esquema foi desbaratado em dezembro de 2007, pela Polícia Federal, na Operação Taturana. Os R$ 300 milhões viraram carros de luxo, mansões, fazendas em bolsões de miséria no interior de Alagoas, além de comprar votos.
O acordo foi costurado pelo então presidente da Assembleia (hoje vice-presidente), deputado Antônio Albuquerque (PT do B), e o anterior presidente da Casa (hoje ex-deputado), Celso Luiz — ambos também com os bens bloqueados.
Edinho Trajano, com BE.
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