Vai muito além do Tribunal de Contas da União (TCU) a briga travada na Câmara pela vaga de ministro da corte. O novo ministro deve ser escolhido no dia 21 em votação secreta e restrita ao plenário da Câmara. Nos bastidores, porém, a negociação envolve deputados, senadores e governadores preocupados com duas outras eleições: a de presidente da Câmara, em 2013, e a sucessão presidencial de 2014.
Essa articulação patrocinada por personagens da política nacional, a começar pelo governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, que aponta para o favoritismo da líder da bancada socialista, deputada Ana Arraes (PE). Decidido a eleger a mãe para o TCU, Campos viajou por vários Estados em busca do apoio de líderes que possam influenciar o voto de suas bancadas.
Foi a pedido dele que os governadores Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e Sérgio Cabral (PMDB-RJ) já pediram votos para a deputada. Isto depois de Campos ter se reunido com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) para um café da manhã na casa de Ana Arraes, a pretexto de tratar da aliança PSB-PSDB em Belo Horizonte.
Com Alckmin e Aécio apoiando a candidata do PSB, não restou opção ao deputado tucano Fernando Francischini (PR) a não ser desistir da candidatura. Ele queria defender a presença de um delegado da Polícia Federal no TCU, mas foi atropelado pelo tucanato. Aécio preferiu focar na parceria estratégica com o PSB, de olho na própria candidatura presidencial em 2014.
Outro tucano, o deputado e presidente da sigla, Sérgio Guerra (PE), já foi do PSB e é um velho aliado da família Arraes. Com isso, estima-se que Ana teria pelo menos 30 dos 54 votos tucanos. Neste cenário, o líder Duarte Nogueira (SP) disse que a tendência é liberar a bancada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Edinho Trajano, com Agência Estado.
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