O PT apostará em novatos e até em nomes oriundos do seu maior rival, o PSDB, para ampliar o comando das prefeituras do Estado de São Paulo em 2012.
Nomes como o do economista Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), para a disputa em Campinas (SP), e o do juiz aposentado João Gandini, em Ribeirão Preto (SP), são os trunfos no partido para grandes cidades paulistas. "Vamos ainda fazer filiações de algumas figuras públicas e até o PSDB vai perder prefeitos para nós", disse o presidente do partido em São Paulo, deputado estadual Edinho Silva, sem revelar nomes dos tucanos alvos do PT.
Com Pochmann e Gandini, o PT tenta ainda tirar o foco dos escândalos envolvendo figurões do partido nas duas cidades paulista. Campinas é governada pelo petista Demétrio Vilagra, que assumiu o cargo com a cassação do ex-prefeito Hélio de Oliveira Santos (SP). Durante as investigações sobre as denúncias de corrupção no Executivo local, Vilagra, então vice-prefeito, chegou a ser preso.
"O Pochmann, além da capacidade demonstrada no governo federal, é um nome completamente distante (das denúncias) e é evidente que isso facilita enquanto a Justiça não demonstra que o PT não tem nada a ver com essas denúncias em Campinas", disse Silva. "É um nome que consegue enfrentar o debate e unir o PT", completou o presidente do PT paulista.
Retomada
Além da dificuldade para manter o comando em Campinas, o PT também pode enfrentar obstáculos para retomar a prefeitura de Ribeirão Preto. A cidade do interior paulista já foi governada por Antonio Palocci, duas vezes exonerado do cargo de ministro. E é comandada pela prefeita Dárcy Vera (DEM), candidata natural à reeleição. O deputado federal Duarte Nogueira, líder do PSDB na Câmara, também é virtual candidato à prefeitura da cidade. Como terceira via, o PT aposta na "herança" de Palocci e no ex-juiz Gandini. "Ele foi juiz que se destacou pelas questões sociais, uma das bandeiras do PT, e, por isso, é o candidato natural do partido", cravou Edinho.
Apesar do foco na ampliação do número de prefeituras, Edinho ainda não demonstrou publicamente disposição para encarar a briga pelo comando da cidade de Araraquara, governada por ele duas vezes. Para evitar a reeleição de Marcelo Barbieri (PMDB), o PT já tem como pré-candidata a vereadora Márcia Lia. Apesar de confidenciar a amigos o sonho de ser novamente prefeito, Edinho desconversa quando questionado se gostaria de voltar ao comando da cidade paulista. "A tendência é que não, mas vamos ver", resumiu.
Na próxima semana, a Executiva do PT paulista deve encerrar a avaliação de futuros filiados de peso para o partido, entre eles alguns tucanos, e assim estreitar a relação de nomes para a disputa em 2012.
Edinho Trajano, com Agência Estado.
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