A estratégia do uso da tela, impregnada com inseticida, já é realizada em países com alta concentração de casos da doença

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, atribuiu a redução dos indicadores a três fatores: descentralização das ações de prevenção e controle da doença, a inclusão de derivados de artemisina no tratamento dos pacientes e atendimento até 72 horas depois do aparecimento dos primeiros sintomas. Ele observou, no entanto, ser importante intensificar as ações de prevenção para que a tendência de queda de casos continue.
"O número de casos pode ter grande mudança, de acordo com a movimentação da população na região, da atividade econômica", afirmou Barbosa. Justamente por isso, grandes empreendimentos na região, como construção de hidrelétricas, são precedidos de planos específicos para impedir o aumento de casos da doença. "Até agora, não houve aumento de registros nas regiões próximas dos empreendimentos", disse.
A Amazônia Legal concentra 99% dos casos de malária do País. Em todos os Estados da região foi constatada queda de notificações. O Acre foi responsável pela maior redução: 45%, em relação ao primeiro semestre de 2010. Em seguida, aparecem Amazonas (41%), Maranhão (39%) e Rondônia (36%). O Estado com maior número de casos da doença é o Pará, com 53.289, apesar da redução de 21% em relação a 2010.
A Energia Sustentável do Brasil, concessionária da Usina Hidrelétrica de Jirau, por exemplo, distribuiu oito mil telas.
A ação é desenvolvida na região de Porto Velho. Desde que os trabalhos começaram, o número de casos da doença na região caiu 60%.O secretário de Vigilância em Saúde observa que a distribuição do mosquiteiro protege não apenas as pessoas que utilizam com o produto durante a noite, mas toda a comunidade. Isso porque, quanto menos pessoas infectadas, menor o risco de o parasita ser transmitido. "No passado, a maior parte dos casos era encontrada em trabalhadores, que se contaminavam nas matas, durante o trabalho", disse Barbosa. Atualmente, no entanto, boa parte das infecções ocorre entre crianças, o que indica a contaminação em casa. No ano passado, das cinco mil hospitalizações notificadas, 13% ocorreram entre menores de cinco anos.
Edinho Trajano, com Agência Estado.
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