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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Dólar atinge maior taxa desde março

O nervosismo com o cenário global se combinou ao parco volume de negócios na sessão de ontem para puxar os preços da moeda americana já pelo quarto dia consecutivo. Após variar entre R$ 1,660 e R$ 1,647, o dólar comercial foi negociado por R$ 1,650 nas últimas operações de hoje, em um aumento de
0,85% sobre a cotação final de sexta. Desde o dia 30 (data da última queda), as taxas subiram quase 4%. Trata-se da maior cotação desde 29 de março.

Já o dólar turismo foi vendido por R$ 1,760 e comprado por R$ 1,590 nas casas de câmbio paulistas.

Ao longo do pregão, a Bovespa chegou a recuar quase 3% e próximo ao horário de fechamento registrava queda de 2,6%, na marca dos 55.038 pontos, com um giro bastante estreito de negócios: apenas R$ 3 bilhões (metade do volume regular).

Com o desabamento das Bolsas europeias (somente o mercado alemão derreteu 5,27%), boa parte optou por correr para o dólar, habitual refúgio em momentos de incerteza.

A economia americana deu um susto nos mercados na semana passada, mostrando uma geração nula de empregos em agosto. A partir de amanhã, investidores e analistas terão uma nova rodada de indicadores para avaliar, o que se traduz em mau humor e volatilidade neste início de semana.

No mercado futuro de dólar (BM&F), os contratos que carregam as projeções para outubro e novembro já apontam para taxas entre R$ 1,66 e R$ 1,67. “Resta saber se o dólar vai permanecer nesses preços”, comenta Carlos Alberto Postigo, Carlos Alberto Postigo, gerente do Banco Paulista para o segmento de dólar turismo.

Ele chama a atenção para a instabilidade dos ativos, num momento de incerteza sobre os rumos da economia mundial: “o euro caiu de US$ 1,45 para US$ 1,41 da semana passada, quase que sem motivo. Para mim, parece que o mercado está sem direção”, acrescenta.

Outro fator que gera ansiedade é a divulgação da ata do Copom, prevista para quinta-feira. Por meio desse documento, o Banco Central brasileiro deve detalhar os motivos que levaram à brusca redução dos juros de 12,50% para 12%, contrariando as previsões de nove entre dez economistas do setor financeiro. Há dúvidas, no entanto, se a autoridade monetária vai conseguir “convencer” os agentes financeiros, e dirimir os rumores de interferência na decisão sobre juros.

As taxas projetadas no segmento futuro de juros da BM&F recuaram mais uma vez: a taxa prevista para janeiro de 2012 retrocedeu de 11,41% ao ano para 11,37%; no curto prazo. 


Edinho Trajano, com  Folhapress

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